Contradições comerciais

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Por Miguel Lucena

 

Uma emissora de rádio fez hoje uma reportagem sobre o endividamento das famílias e, logo em seguida, engatou uma matéria sobre a expectativa do comércio para o Dia das Mães e qual o presente que os ouvintes estavam pensando em comprar. E deram opções de barato, médio e caro.

 

O preço médio dos presentes este ano, segundo a reportagem, será de R$ 200. Uma comerciante diz que o Dia das Mães é o primeiro Natal do comércio. Esperam um crescimento de 20% nas vendas, apesar da crise e do crescente endividamento das famílias – mais de 80% com prestações em atraso.

 

O clima que se cria, às vésperas de datas importantes, é de quase obrigar as pessoas a fazerem compras. Internamente, as famílias entram em conflito, principalmente por parte daqueles que não sabem o estresse que é contar o dinheiro para conseguir pagar as contas ou renegociar dívidas.

 

Ninguém fala em reunir as famílias no Dia das Mães em volta de uma mesa e distribuir abraços. Se não levar um presente, não vale. E, se o presente for simples, o doador sai mal falado.

 

No dia a dia, porém, na hora de pagar os boletos, quem mais pressiona pelos presentes sai de fininho. E as emissoras de rádio e televisão voltam a falar das dívidas, com destaque nas entrevistas para o presidente da Serasa. São os comerciantes cobrando as faturas das compras que estimularam o povo a fazer, mesmo sem condições financeiras.

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