A crescente onda de emigração em busca de melhores oportunidades

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Silva/Agência Brasil)

Desafios e reflexões diante da emigração juvenil brasileira

 

 

Por Carlos Arouck

Uma onda crescente de desejo de emigração vem se destacando entre os jovens brasileiros, elevando ainda mais o debate sobre os problemas socioeconômicos do país. Um levantamento realizado pela RealTime Big Data e divulgado pelo Estadão revela que 67% dos brasileiros entre 16 e 35 anos se mudariam do Brasil se tivessem oportunidade. Este número representa um aumento significativo em relação ao ano anterior, onde 55% expressaram o mesmo desejo. O aumento é percebido em um contexto de desilusão política e econômica, cruzando as linhas ideológicas tanto de apoiadores de Bolsonaro quanto de Lula.

 

O desejo de deixar o país não se limita mais às classes mais altas; ele se espalhou significativamente entre os jovens das classes C1 e C2. Essa faixa da população não necessariamente busca o exterior para educação superior, mas sim vislumbra oportunidades de trabalho que não exigem qualificação universitária, principalmente nos Estados Unidos e em Portugal. A motivação para essa mudança de perfil emigratório inclui baixos salários, medo da violência e uma qualidade de vida precária, fatores esses que impactam de forma significativa a decisão de buscar um novo começo em terras estrangeiras.

 

Não obstante às promessas do governo Lula de controle da inflação e aumento do número de empregos, a realidade percebida pela população sugere o contrário. Segundo dados recentemente divulgados, 71% dos brasileiros não sentiram melhoria em sua situação financeira neste ano, evidenciando uma falha na transmissão de resultados positivos por parte do governo. Os custos crescentes de alimentos e serviços básicos, como luz, gás de cozinha e combustíveis, são destacados como os principais vilões, alimentando um crescente descontentamento tanto entre a população geral quanto no segmento do mercado financeiro.

 

Adicionalmente, o cenário de emigração é moldado por um contexto de serviços públicos ineficientes e um sistema de saúde e educação sobrecarregados, que levam muitos a buscar alternativas privadas para atendimento básico. A ideia de “perda”, como é descrita, ressalta a falha estatal em fornecer serviços essenciais, empurrando a população para soluções mais caras e menos reguladas, o que apenas perpetua o ciclo de insatisfação e reforça a ideia de que viver no Brasil pode se tornar cada vez mais difícil. Tudo isso configura um cenário em que, apesar do famoso orgulho nacional, a realidade de cada jovem que decide partir pode representar um talento a menos para o futuro do país.

Mais lidas

Senadora Damares participa de evento de il...
Crise das enchentes no RS
CLDF Solidária: Ajude o RS
...