Valeixo afirma que não viu interferência de Bolsonaro em investigações, mas que sentiu pressão para ser substituído

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Valeixo afirmou que não viu interferência do presidente Jair Bolsonaro em investigações, mas disse sentir pressão para ser substituído no cargo.

 

O desejo do presidente de substituir o superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, segundo depoimento de Maurício Valeixo, foi-lhe avisado em junho do ano passado. Mas esse desejo de troca do presidente vem à tona em agosto de 2019.

“Também foi dito pelo presidente que caso não pudesse trocar o superintendente do Rio, poderia trocar o diretor-geral da PF. Já que se tratava de um ato próprio do presidente”, ressaltou Valeixo.

A declaração é relacionada ao que Moro disse em pronunciamento, ou seja, que, na reunião ministerial do dia 22 de abril, Bolsonaro ameaçou demitir o ministro da Justiça.

“Ele esclarece que de fato os atos de nomeação ou de exoneração do diretor-geral da PF legalmente cabem ao presidente da República. Que em outros mandatos presidenciais houve a indicação do diretor-geral diretamente pelo presidente, ou pelo ministro da Justiça

Em seguida, Valeixo é questionado qual a definição dele de interferência política na Polícia Federal. Para ele, “a partir do momento que há uma indicação com interesse e sobre uma investigação específica, estaria caracterizada uma interferência política. O que não ocorreu em nenhum momento sobre o ponto de vista de Valeixo”.

De acordo com Valeixo, em duas oportunidades, uma presencial, outra pelo telefone o presidente da República teria dito a Valeixo que gostaria de nomear o cargo de diretor-geral a alguém que tivesse “maior afinidade”.

Pela declaração, Valeixo confirma que havia uma pressão pela troca na superintendência do Rio de Janeiro. Segundo ele, não havia qualquer razão técnica justificável. Até porque, segundo Valeixo essa superintendência vinha muito bem, mas ele disse que no entendimento dele interferência política ocorreria no  momento em que houve o pedido e informação sobre uma investigação específica. E isso, Valeixo não entende que ocorreu.

De 27 a do Rio 

No depoimento de Moro, o ex-ministro citou que Bolsonro disse a ele “você tem 27 Superintendências, eu só quero uma, a do Rio de Janeiro”.

Os investigadores questionaram Valeixo se Moro mostrou a ele a mensagem com esse conteúdo e se os dois discutiram o assunto em uma viagem para os Estados Unidos, retomando o que já tinha sido dito por Moro.

Valeixo respondeu que não viu a mensagem citada por Moro, da qual apenas tomou conhecimento quando foi revelado o teor do depoimento do ex-juiz.

No entanto, Valeixo disse que, em março deste ano, quando se encontrava na embaixada do Brasil em Washington, o ex-ministro Moro pediu ao depoente para conversarem de forma reservada. Naquele momento Sergio Moro transmitiu a ele o desejo do presidente da República em mudar o superintendente do Rio de Janeiro novamente.

 

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