O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pediu que todas as usinas de eletricidade adiem as manutenções programadas para o segundo semestre, diz O Globo.
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Ciocchi, confirmou à reportagem que foi solicitado às usinas termelétricas que não fizessem paradas para manutenção no segundo semestre deste ano, período mais crítico previsto para a crise hídrica que está afetando o Brasil, para poupar os reservatórios das hidrelétricas.
A medida tem como objetivo garantir o fornecimento de energia elétrica neste ano, evitando apagões e racionamento.
Reservatórios vazios em novembro
No documento, o órgão faz o pedido “tendo em vista a severidade das condições energéticas que se configuraram ao término do período chuvoso, com baixos níveis de armazenamento nos reservatórios do Sistema Interligado Nacional”.
No mês passado, o órgão emitiu uma uma nota técnica alertando que os reservatórios de ao menos oito usinas hidrelétricas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste podem estar praticamente vazios até novembro.
Os reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por 70% da geração hídrica do País, estão perdendo volume de água dia a dia, devido à falta de chuvas. Ontem, 16, esses reservatórios estavam apenas 27,7% cheios, contra 50,91% no mesmo dia do ano passado.
Os reservatórios do Sul também estão em franca queda, já tendo perdido 4,8% da água armazenada no acumulado em julho, e registram nível de 37,9%, frente aos 59,95% em 16 de julho de 2020.
O governo deve lançar também em breve algum tipo de incentivo para as indústrias deslocarem suas produções de horário, reduzindo a pressão da demanda por energia no horário de ponta do consumo. De acordo com Ciocchi, a expectativa é de que haja adesão ao programa.
O ONS descarta apagões ou racionamento este ano, mas especialistas alertam que se as chuvas no período chuvoso (novembro a abril) ficarem abaixo da média histórica, como neste ano, o Brasil pode ter problemas de abastecimento em 2022, principalmente se a vacinação contra o covid-19 avançar e impulsionar a retomada da economia.