Até o momento, dez curadores —pessoas que dão as coordenadas das tarefas para as vítimas— são investigadas, segundo a delegada. Este número apenas não é maior, de acordo com ela, porque a polícia não teve a colaboração das empresas de tecnologia e redes sociais, como Facebook e Google, apesar de determinações da Justiça, para obter os dados cadastrais dos suspeitos de envolvimento com o crime. O “modus operandi” dos curadores envolvia perfil falso no Facebook.Márcio Santos, policial especialista em tecnologia da informação, afirmou que a prática teve início na Europa e prevê desafios, incluindo um corte a uma profundidade que pudesse expor a veia da vítima. Segundo a delegada Fernanda, a motivação para permanecer no desafio criminoso era subjetiva, mas as vítimas entravam em depressão e sofriam pressões do curador caso o abandonassem, como ameaça de morte a ela ou a algum membro da família. As investigações detectaram uma criança de nove anos, prestes a se tornar vítima da prática.A delegada Daniela Terra, titular da DCRI, afirmou que muitas crianças chegavam à delegacia com muitos cortes e fez um alerta aos pais para que acompanhem a vida virtual das crianças nas redes sociais. De acordo com ela, a idade mínima para o cadastro no Facebook é de 13 anos de idade. A inscrição de alguém com idade inferior é crime, cuja responsabilidade é dos pais. Segundo as delegadas, a Secretaria da Educação do Rio de Janeiro foi oficiada para auxiliar na identificação de possíveis vítimas. Conforme as delegadas, ao longo das investigações, foram constatadas diversas mortes pelo Brasil.
As delegadas afirmaram que a operação teve início com uma análise prévia das redes sociais para saber se o desafio realmente existia e, com isso, evitar mortes. Elas disseram que, pelo fato de as vítimas não procurarem a delegacia especializada, foi necessário fazer rondas virtuais para apurar informações. Segundo as delegadas, a operação terá uma segunda e, talvez, terceira fases.