Enquanto Bolsonaro observava a Praça dos Três Poderes, apoiadores começaram a se aglomerar em frente ao Palácio do Planalto.
Passados os 50 minutos, o presidente desceu a rampa e foi em direção ao grupo, já bem mais numeroso. Eram manifestantes que gritavam palavras de ordem contra o aborto e que se posicionaram atrás da grade de proteção do palácio. Algumas pessoas usavam máscaras, mas a maioria estava sem a proteção.
Críticas ao isolamento
Separado pelas grades, Bolsonaro falou aos apoiadores e fez críticas às medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos que determinaram o fechamento do comércio.
O presidente afirmou que as ações provocam efeitos negativos na economia, citou a situação de trabalhadores informais e declarou que “milhões” de pessoas já perderam empregos com carteira assinada.
Bolsonaro repetiu que, como a economia não está girando, “vai faltar dinheiro” para pagar o funcionalismo público.
“Não vão me tirar daqui”
Sem citar nomes, o presidente disse não querer acreditar que as medidas de isolamento sejam parte da vontade de “políticos” que, segundo ele, querem “abalar a Presidência da República”.
“Não vão me tirar daqui, com certeza”, disse. Nesse momento, apoiadores começaram a gritar palavras de ordem contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O presidente voltou a dizer que a abertura do comércio não depende dele, mas de governadores e prefeitos. “Se dependesse de mim, muito mais coisa estaria aberta.”
O presidente disse não apoiar ações de flexibilização do aborto e parabenizou as pessoas pelo protesto.
Abertura de comércio com cuidados
Na transmissão, antes de conversar com os apoiadores, Bolsonaro disse que falta humildade para “essas pessoas que estão bloqueando tudo de forma radical”. Para o presidente, o comércio pode voltar a abrir com os devidos cuidados, como uso de luvas, máscaras e álcool em gel.
Ele ainda manifestou preocupação com a situação de clubes de futebol. “Tem time aí que vai decretar a falência, time da segunda divisão”, afirmou.