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Por Maria José Rocha Lima
Wilson Aragão partiu, mas sua poesia permanece soprando pelos chapadões e veredas onde costumava cantar. Era um cantador com o coração fincado na terra do sertão, e a cabeça a vagar entre nuvens de lirismo e metáforas. Compositor de alma generosa, nos deixou canções que cheiram a mato molhado e saudade antiga — como a inesquecível Canção do Mês de Abril, que embargava a voz de Vital Farias.
Mas Wilson não foi só artista. Ao lado de Miriam, sua companheira de vida, construiu um lar onde brotaram filhos guiados pelo exemplo do bem e da verdade. Entre cantorias e rodovias poeirentas, sempre houve espaço para amor e educação, pilares de uma família que segue firme, mesmo com o silêncio que hoje ecoa.
Wilson nos ensinou que um poeta pode plantar sonhos, mesmo quando os grileiros da vida insistem em arrancá-los. Agora ele descansa, mas suas canções continuam. Abril nunca mais será o mesmo.
