A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu cinco dias para que o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti, explique a assinatura de uma nota técnica que recomenda o uso de hidroxicloroquina contra a Covid-19 e a afirmação, sem base científica, de que as vacinas não têm segurança comprovada contra a doença
Angotti assinou um parecer que rejeitou as diretrizes da Comissão de Incorporação de Tecnologias ao SUS (Conitec) para tratamento de pacientes infectados por coronavírus.
A comissão apontava a segurança dos imunizantes aplicados no país contra a Covid-19 e rejeitava o uso de medicamentos do chamado Kit Covid, composto de remédios como hidroxicloroquina e ivermectina, usados para tratamento de outras doenças.
A ministra atendeu a um pedido da Rede Sustentabilidade que visa o afastamento do secretário e a suspensão do parecer assinado por Angotti, que na prática valida o uso de medicamentos sem eficácia em pacientes infectados.
Na decisão, a magistrada afirmou que políticas públicas de saúde devem seguir “normas e critérios científicos e técnicos, tal como estabelecidos por organizações e entidades internacional e nacionalmente reconhecidas”.
De acordo com fontes no governo, Angotti foi indicado para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro. A permanência dele na pasta é motivo de descontentamento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que foi chamado ao Planalto nesta quarta-feira (26), de última hora, pelo chefe do Executivo. Com informações do R7.
Foto: Fellipe Sampaio / SCO / STF