Por Miguel Lucena
A necessidade de aparecer a qualquer custo, para dar algum sentido a vidas vazias, tem levado jovens a espalharem boatos sobre atentados em escolas, aproveitando-se dos crimes pavorosos cometidos recentemente no Brasil e no mundo.
Muitos vão na onda: nem sabem que estão cometendo crimes ao fazer apologia ao crime ou ameaçar determinada comunidade escolar. A ignorância e a futilidade predominam entre as novas gerações, o que aumenta o perigo de sermos vítimas de uma horda bruta e despida de sentimentos.
Há muito tenho falado sobre a perda dos freios morais do medo, da vergonha e da culpa. Sem eles, as pessoas se tornam desembestadas, sem limites, como aquelas levas que saqueiam lojas quando a Polícia faz greve.
Muita gente perdeu o medo dos castigos terreno e celeste, porquanto desacredita do Estado e de Deus. Sem o receio da punição, se acham livres para ofender e até matar.
Outra parte não sente vergonha ao fazer coisas erradas sob as vistas da sociedade, porque entende que ninguém deve julgar o outro e tudo vale para satisfazer os instintos mais primitivos.
Alguns não sentem remorso quando fazem maldade com alguém: deduram, levantam falso testemunho, provocam a queda do colega de trabalho para tomar o lugar, roubam ou matam.
A Polícia Civil do Distrito Federal acaba de apreender um adolescente que resolveu entrar na onda e ameaçar alunos e professores de uma escola do Paranoá. Tomara que fique um bom tempo engaiolado para refletir, e espero que essa notícia se espalhe para que outros idiotas pensem duas vezes antes de aterrorizar seus semelhantes.