Vinte anos de corrupção no RJ movimentam R$ 6,1 bilhões

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Desde “Macunaíma, o herói sem nenhum caráter”, publicado por Mário de Andrade em 1928, as definições de corrupção no Rio foram tão atualizadas que passam longe dos malfeitos do clássico anti-herói.

Nas últimas décadas, foram inúmeros os escândalos no estado que levaram para a cadeia governadores, deputados e até conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que deveriam zelar pelo dinheiro público.

Levantamento feito pelo O Globo em publicações e junto a órgãos de controle identificou que esquemas de propinodutos movimentaram, segundo denúncias, mais de R$ 6,1 bilhões desde 1999 em superfaturamento, pagamentos irregulares e lavagem de dinheiro envolvendo autoridades. O céu é o limite se a esse valor fossem acrescentados desvios de prefeituras e da União no Rio.

Com o dinheiro desviado seria possível acabar a Estação Gávea do metrô da Linha 4 (General Osório-Barra), estimada em R$ 1 bilhão, executar o projeto de reurbanização da Rocinha anunciado pelo governador afastado Wilson Witzel (R$ 1,5 bilhão), tirar do papel o projeto da Cedae de universalizar o saneamento básico da Baixada de Jacarepaguá, incluindo todas as favelas (R$ 2 bilhões), e até despoluir o Rio Guandu (R$ 1,4 bilhão).

Mas o diretor-executivo do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), Manuel Thedim, destaca que os prejuízos vão muito além do custo corrupção. São como uma bola de neve.

A parcela de corrupção existente em um contrato gera dependência do contratante com o contratado. Se fizer exigências, poderá não receber a propina. Pode haver mudança de projeto e prejuízo na qualidade da execução — analisa Thedim.

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