O estudante Louise Ribeiro, o ex-aluno de biologia da Universidade de Brasília (UnB) Vinícius Neres foi condenado a 23 anos e 10 dias de prisão. A sentença definida pelo júri popular foi lida pelo juiz Paulo Giordano às 20h19 desta segunda-feira (3). Cabe recurso.
Segundo a sentença, a pena inicial foi definida em 25 anos, mas a “juventude” de Vinicius Neres e a confissão do crime contribuíram para reduzir a condenação. Por entender que o réu “demonstrou periculosidade completa”, a Justiça definiu que ele não poderá recorrer em liberdade.
Neres escutou a sentença em pé e, a exemplo do que ocorreu durante todo o julgamento, não chorou. O documento lido ao fim da sessão fala em “comportamento egoista, frio, calculista” e diz que a morte ocorreu “da forma mais cruel e desumana possível”.
Os sete jurados acataram os quatro “agravantes” indicados pelo Ministério Público para qualificar o homicídio: motivo torpe, meio cruel (asfixia), recurso que dificulta a defesa da vítima e feminicídio. Esse último termo torna o crime hediondo, e dificulta a progressão da pena para os regimes semiaberto e aberto.
Por volta das 19h45, os jurados se reuniram em uma sala fechada para deliberar sobre a pena e elaborar a sentença final. A reunião durou pouco mais de meia hora, e o juiz começou a ler o documento às 20h16.
Segundo a acusação do MP, o ex-estudante premeditou o crime, e matou Louise por estar inconformado com o término do relacionamento. A defesa de Neres afirmava que o homicídio foi cometido em “um momento de raiva”, sem planejamento, e que o réu tinha bons antecedentes.
Ao longo de todo o julgamento, a intenção das advogadas Vania Fraim de Lima e Tabata Lais Sousa Silva era de reduzir os agravantes da acusação, e não, de inocentar completamente o réu. Em 11 de março de 2016 – dia seguinte à morte de Louise –, Vinicius Neres foi detido, confessou o crime e levou a Polícia Civil ao esconderijo do corpo. G1