Ville de Montagne: Terracap cobra metade do valor de casas

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João Paulo Mariano

Depois de meses de discussões, a Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) publicou em seu site o edital com os valores de venda dos imóveis do Condomínio Ville de Montagne, no Jardim Botânico. No documento, que mostra lote a lote, o preço cobrado gira em torno da metade do valor de mercado das residências. Porém, a decisão não agradou aos moradores, que afirmam que o governo começou um diálogo, mas o interrompeu com a divulgação dos preços ontem. Não teria ocorrido um acordo final entre as partes. O caso pode ser levado à Justiça.

Ao todo, 956 residências passarão pelo processo de regularização. Dessas, 583 por venda direta e 373 por concessão de uso com opção de compra no condomínio. Entre os vários pontos discutidos entre Terracap e moradores, um dos principais é o preço.

Na publicação da Terracap, uma residência em lote de 1.106,74 m² obteve um valor de mercado de R$ 532,7 mil. Porém, com os descontos das benfeitorias – que somariam R$ 263,5 mil, deve sair por R$ 269 mil, pouco mais da metade do valor total. Já uma casa com 808,23 m² vai sair por R$ 195,4 mil, pois os abatimentos seriam de R$ 206 mil, sendo considerado um valor de R$ 401,6 mil como preço imobiliário.

Previamente, a Terracap já havia estimado valores para esses lotes. Por exemplo, um terreno de 800 m² teria o valor de mercado de R$ 398,9 mil e um preço final de financiamento de R$ 205,7 mil, após um abatimento de R$ 193 mil. Quando esses valores foram divulgados, os moradores disseram que estavam felizes porque o processo estava correndo, mas que os preços deveriam baixar mais, já que todas as modificações feitas foram pagas por eles. A partir daí, começou uma nova série de reuniões que culminaram na decisão desta segunda por parte da agência.

Quem optar por comprar à vista terá um desconto de 25% no valor final. Para os que quiserem financiar, o imóvel pode ser dividido em até 240 meses nessa fase que trata apenas de lotes unifamiliares, deixando de fora lotes vazios ou comerciais. Para aderir ao sistema, é preciso comparecer à Terracap e apresentar documentação.

A sanção da Lei 13.465, advinda da Medida Provisória 759/2016, foi o que permitiu a modificação do processo de regularização do Ville. Ela é válida para quem não tem imóvel no Distrito Federal e tenha começado a morar no condomínio antes de 22 de dezembro do ano passado.

Saiba mais
Para quem optar por dar uma entrada, haverá desconto proporcional ao valor que o morador der de entrada, começando com 5%. Além do Ville de Montagne, o GDF estuda a regularização, nos mesmos moldes, das glebas 1 e 3 de Vicente Pires. A intenção do governo é fazer a venda direta também desses lotes e beneficiar a região, que passa por uma série de reformas estruturais nos últimos anos.

Interessados pegos de surpresa
“Fiquei surpreso. O governo não cumpriu o que falou. Ficou deliberado que não sairiam os valores das casas enquanto tudo não fosse discutido com os moradores”, reclama o presidente da Associação dos Moradores do Condomínio Ville de Montagne (Amorville), Jazon Lima Júnior.

Depois da primeira divulgação de preços, a associação contratou uma consultoria particular com o intuito de verificar o que foi afirmado pelo GDF. Os preços encontrados teriam sido bem menores que os informados pelo governo.

Para o presidente da Amorville, o governo passou por cima do que foi acertado . Na quinta-feira, haverá uma reunião entre condôminos e Terracap para o retorno das discussões. “Se não houver mudança, iremos judicializar a questão. Não é o que queremos”, afirma Jazon.

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