Mulher de 44 anos teria se revoltado após filha autista de 3 anos ter sido xingada por dona de restaurante e foi presa por desacato.
Uma mulher de 44 anos foi agredida por um 2º Tenente da Polícia Militar enquanto estava algemada em um Batalhão da PM de Bonito, a 296 quilômetros de Campo Grande.
O caso ocorreu no dia 26 de setembro, mas as imagens de câmeras de segurança só foram divulgadas neste domingo (22) e viralizaram nas redes sociais.
A PM disse que identificou os policiais envolvidos e determinou a instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar os fatos.
De acordo com a vítima das agressões, que pediu para não ser identificada, ela não prestou queixa na época do ocorrido por não ter provas das agressões até então, além de ter sido negada a ela a possibilidade de registrar Boletim de Ocorrência e dificultado a realização de exame de corpo de delito.
PM disse que identificou os policiais envolvidos e determinou a instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar os fatos.
A mulher contou ao G1 e à TV Morena que havia ganhado a viagem a Bonito de presente de aniversário do marido, que é policial militar, e que foi até a cidade turística com os 3 filhos.
Ela disse que, no terceiro dia de viagem, foi até um restaurante para pegar “arroz e feijão” para a filha caçula de 3 anos, que tem transtorno do espectro do autismo e estaria com fome. Ainda segundo a mulher, ela pediu pressa à atendente para a menina não chorar.
Porém, de acordo com ela, a comida demorou mais de uma hora e meia. A mulher discutiu com a dona do local, que teria chamado a criança de “verme da sociedade”.
“Nessa hora eu fui para cima da proprietária do restaurante e uma confusão se iniciou. Minha filha de 17 anos separou a gente e voltamos para o hotel”, afirmou. Minutos depois, ainda segundo a mulher, a Polícia Militar foi até a pousada onde a família estava.
Confira nota da OAB:
“A Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul, conjuntamente com a Subseção de Bonito, ao tomarem conhecimento pela imprensa, nesta data (22/11/2020), da divulgação de um vídeo onde uma mulher algemada foi violentamente espancada pelo 2º Tenente e Comandante da Polícia Militar em Bodoquena, em 26 de setembro de 2020, na cidade de Bonito, vem a público repudiar o ato perpetrado pelo agente público, que teria o dever de zelar pela segurança das pessoas, inclusive custodiadas como era o caso da mulher algemada dentro de um Órgão Público, e não partir para uma violenta agressão, sob qualquer pretexto que se possa alegar.
As imagens são estarrecedoras, fortes e somente corroboram, infelizmente, que a violência advinda de onde se espera justamente a proteção, se traduz em banalização e o despreparo do agente para o exercício de uma das funções mais relevantes de Estado que é garantir a proteção e segurança das pessoas, reforce-se, inclusive detidas, sempre com respeito à dignidade da pessoa humana, o que não condiz com aquilo que se espera de um Policial Militar.
O episódio deve ser severamente apurado, inclusive com o afastamento das funções, sempre observando o devido processo legal para que não restem dúvidas de que o Estado, que tem o dever com o cidadão, com a cidadania e com a Constituição da República, acobertar qualquer tipo de violação às leis deste País.
Reforçamos a nossa confiança nas instituições de Estado, acreditando que esse tipo de conduta cometida, sempre por uma minoria despreparada, certamente não representa a grandeza da Instituição Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.”
Veja ao vídeo: