Na luta de despedida do UFC do brasileiro Anderson Silva do UFC na noite deste sábado (31), foi nocauteado no quarto assalto pelo jamaicano Uriah Hall. Dana White disse ter se arrependido de deixar o Aranha fazer a luta .
Sonhos nunca morrem e lendas são para sempre. A máxima da imortalidade, que premia os que buscam o impossível, tem em Anderson Silva um dos seus maiores exemplos.
Humano fora dos ringues, com defeitos e contradições, sobre-humano dentro dele. Ninguém aliou genialidade e talento dentro de um cage como o menino paulista criado em Curitiba pelos tios e que era fã do Homem-Aranha e sonhava ser policial.
Nenhum outro também colecionou tantos momentos icônicos, apresentações geniais ou nocautes memoráveis.
O lutador que fez os torcedores vibrarem em suas apresentações como se estivessem assistindo a jogos do Brasil em Copa do Mundo, e que transformou e consolidou o MMA como uma verdadeira paixão no país, reescrevendo a história do esporte, colocou, neste sábado, em Las Vegas, um ponto final no último capítulo da sua carreira no UFC.
Aos 45 anos de idade, Anderson não teve a despedida que sonhava ou merecia. Sem a presença do público que o idolatrava, e tendo diante de si o jamaicano Uriah Hall, nove anos novo, o Spider foi superado no quarto round, sofrendo o nocaute técnico a 1m24s de luta.
Emoção e desculpa
Logo após o final do evento, em conversa com os jornalistas presentes na cobertura do show, Hall tratou de explicar a mistura de sentimos que atravessaram sua mente ainda no cage. Afinal, o atleta nunca escondeu a admiração que nutre por Anderson, o que tornou ainda mais difícil a missão de encarar o maior nome da história da divisão dos pesos-médios (84 kg).
“Eu disse que sentia muito por nocautear ele. Me senti mal”, narrou Hall, com a voz embargada. “Indo para esta luta, tive muitas emoções. Todos nós sabemos que ele é durão. o que ele fez pelo esporte. Um cara como eu que foi inspirado por ele quando tinha 22 anos. Foi difícil separar essas emoções e lutar com meu ídolo. E bater nele e acabar com ele. Foi estranho”.
Apesar da vitória, o jamaicano fez questão de elogiar o desempenho do adversário, justamente por conta do fator que fez de Anderson um ícone do esporte: sua capacidade de improvisar. Mesmo mais lento do que em seus anos áureos, o ‘Spider’ surpreendeu com combinações de golpes da média e curta distância que por vezes obrigaram Hall a andar para trás.