Um alerta para a democracia brasileira
Por Carlos Arouck
O recente “showmício” de Madonna, transmitido para centenas de espectadores em todo o Brasil, gerou polêmica não apenas por sua extravagância, mas também por suas críticas à Igreja e à fé cristã. Este evento levantou questões profundas sobre a liberdade de expressão no país, especialmente quando comparado ao tratamento dado a outras instituições, como o Supremo Tribunal Federal (STF).
A pergunta que ecoa após o evento é: se Madonna tivesse direcionado suas críticas ao STF, ao invés da Igreja, teria enfrentado as mesmas consequências? Ou seria incluída nos inquéritos das fake news, correndo o risco potencial de ser presa, como aconteceu com outros indivíduos que criticaram o STF ou seus membros?
Essa questão não é apenas retórica; ela toca no cerne da democracia brasileira e da aplicação igualitária da liberdade de expressão. Se apenas certas instituições podem ser alvo de críticas, enquanto outras são protegidas de escrutínio, então a base democrática do país é colocada em xeque.
A liberdade de expressão não pode ser seletiva; ela deve ser aplicada de forma consistente a todas as instituições. A crítica à Igreja deve ser permitida da mesma forma que a crítica ao STF, sem restrições ou favorecimentos.
No entanto, a realidade atual parece mostrar uma “democracia relativa”, onde as manifestações de um lado político são toleradas e até mesmo encorajadas, enquanto as do outro lado são prontamente condenadas como ameaças à democracia. Esta disparidade na aplicação da liberdade de expressão mina os valores democráticos e cria divisões cada vez mais profundas na sociedade brasileira.
É essencial que os cidadãos exijam coerência e imparcialidade na proteção da liberdade de expressão. Não podemos permitir que a política determine quem pode ou não ser criticado. Em uma verdadeira democracia, todas as vozes devem ser ouvidas e todas as críticas devem ser permitidas, independentemente de sua origem.
À medida que o debate sobre a liberdade de expressão continua, é fundamental que os brasileiros reafirmem seu compromisso com os princípios democráticos e lutem pela igualdade de tratamento para todos os cidadãos, independentemente de suas crenças ou afiliações políticas. Afinal, a verdadeira força de uma democracia reside em sua capacidade de garantir a liberdade e o respeito por todos os seus cidadãos.
