Eleição de Trump impulsiona criptoativos e questiona regulamentação no setor financeiro dos EUA
A vitória de Donald Trump à presidência dos EUA trouxe impactos significativos para o mercado financeiro, em especial para o setor de criptoativos. Logo após o anúncio, o bitcoin ultrapassou pela primeira vez os US$ 75 mil, com outras moedas digitais também em alta. Especialistas apontam que a valorização está ligada às expectativas de que Trump interrompa o processo de regulamentação que vinha sendo fortalecido no governo Biden. Valter Rabelo, da Empiricus Research, considera o resultado das eleições uma “vitória monumental para o cripto”.
No entanto, a alta não se manteve, com o bitcoin logo operando em queda. Segundo Israel Buzaym, do Bitybank, investidores frequentemente aproveitam picos de alta para vender. Ele acredita que, no longo prazo, o bitcoin deve manter uma tendência de valorização devido à sua escassez e à crescente adoção institucional.
Trump, que já se posicionou contra as criptomoedas no passado, tem adotado uma postura mais favorável em 2024, inclusive prometendo o perdão presidencial para Ross Ulbricht, criador do Silk Road. Além disso, prometeu demitir Gary Gensler, presidente da SEC, acusado de ser rigoroso com o setor. Analistas veem na demissão de Gensler e na flexibilização de regras como a SAB-121 uma possível redução de restrições para o setor de criptomoedas nos EUA.
Por outro lado, advogados e especialistas consideram que algum nível de regulamentação é necessário para garantir a legalidade dos criptoativos. A advogada Marcela Zanetti defende uma regulamentação que facilite o uso dos criptoativos sem comprometer o controle contra fins ilícitos. Especialistas citam o modelo brasileiro de regulamentação, que, segundo Danilo Aragão Santos, da DAS Advogados, coloca o Brasil em posição de destaque internacional no setor, devido ao trabalho do Banco Central em compreender e adaptar a tecnologia.
Em suma, a vitória de Trump indica possíveis mudanças no setor de criptoativos, com expectativas de menos regulamentação, o que pode impulsionar o mercado, mas também traz o debate sobre a necessidade de regras que equilibrem inovação e segurança.
Fonte: IstoÉ Dinheiro