Trump confirma tarifa global a partir de 1º de agosto e Brasil será duramente afetado
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou neste domingo (27) que não haverá novo adiamento na imposição das tarifas globais sobre produtos estrangeiros, que entram em vigor em 1º de agosto. A decisão foi anunciada ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante coletiva na Escócia, após reunião para tentar destravar um acordo comercial com o bloco.
A medida afeta diretamente o Brasil, que será alvo de uma sobretaxa de 50%, apesar das tentativas do governo brasileiro de negociar um adiamento. “1º de agosto é para todos”, declarou Trump, reforçando que não há mais exceções.
Mais cedo, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, também confirmou que o prazo é definitivo. “Sem extensões, sem carência. A partir de 1º de agosto, a alfândega começará a cobrar as novas tarifas”, afirmou à Fox News.
O tarifaço foi originalmente anunciado em abril, com uma alíquota base de 10%, posteriormente suspensa diante da pressão de setores internos da economia americana. A promessa era de buscar acordos comerciais — o que se concretizou apenas com Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão, muito abaixo da meta inicial de “90 acordos em 90 dias”.
Diferentemente de países como África do Sul e Coreia do Sul, que serão impactados com tarifas de até 25%, o Brasil enfrentará uma alíquota de 50%. Segundo Trump, a medida busca pressionar o sistema Judiciário brasileiro devido ao processo penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro — o que gerou críticas no Senado americano, que acusa o presidente de abuso de poder.
Na quinta-feira anterior, Trump já havia anunciado o aumento da tarifa mínima de 10% para 15%, com valores ainda mais altos para países com os quais os EUA têm “relações deterioradas”.
Enquanto isso, Washington segue negociando com a União Europeia e a China. O bloco europeu pode ser alvo de uma tarifa geral de 30% caso não feche um pacto até sexta-feira. Já sobre a China, Trump afirmou que um acordo está próximo: “Já temos praticamente um entendimento, mas vamos ver como evolui.”