Uma investigação da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022. Silvinei Vasques é acusado de causar retenção de veículos em regiões onde Lula teve mais votos na primeira virada da eleição presidencial. Inquérito foi aberto pela PF após denúncias de candidatos e ameaça de prisão pelo presidente do TSE
Foi descoberto um documento de inteligência elaborado pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres e pela diretora de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a delegada federal Marília Alencar, com um mapa detalhado dos locais onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva venceu a primeira virada das eleições presidenciais. O objetivo era impedir que os compradores dessas regiões votassem no segundo turno.
Segundo a investigação, o material elaborado por Marília serviu para que o ex-ministro colocasse em prática um plano para atrapalhar a votação e autorizou a operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno da corrida presidencial. Eleitores de municípios do Nordeste usaram as redes sociais para denunciar ações da PRF para retardar o trânsito rumo às zonas de votação. A informação foi divulgada, ontem, pelo jornal O Globo.
A investigação também complica a situação de Anderson Torres, que está preso desde os atentados terroristas de 8 de janeiro em Brasília, e foi encontrado em sua casa um documento que defende a decretação de Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para mudar o resultado da eleição presidencial e dar a vitória a Bolsonaro.
Marília Alencar, que elaborou o chamado “dossiê antifascista” com informações sobre servidores identificados como críticos às ideias de Bolsonaro, foi convocada a depor na CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O deputado Chico Vigilante (PT), presidente da CPI, destacou a ligação de Marília com Torres e afirmou que, para ele, está claro que eles tentaram atrapalhar a eleição e planejaram dificultar a chegada dos candidatos nas urnas.