Espancada com 61 socos em apenas 34 segundos, jovem passou por reconstrução facial após ataque do namorado; agressor está preso preventivamente e responderá por tentativa de feminicídio
A tentativa de feminicídio contra Juliana Soares chocou o país. A jovem foi brutalmente espancada pelo então namorado, Igor Eduardo Pereira Cabral, dentro de um elevador de um condomínio em Natal (RN), no dia 26 de julho. As imagens de segurança que registraram o ataque mostram a violência ininterrupta: foram 61 socos violentíssimos no rosto e na cabeça em apenas 34 segundos — tempo do trajeto do décimo sexto andar até o térreo.
Juliana e Igor se conheceram em uma academia, onde treinavam juntos diariamente. No dia da agressão, os dois haviam sido flagrados por câmeras de segurança aproveitando a piscina do condomínio. Mas o que parecia ser um dia comum se transformou em pesadelo após uma crise de ciúmes. Segundo a vítima, Igor insistiu para que ela saísse do elevador, mas ela permaneceu no local justamente por saber que ali havia câmeras. “Se eu saísse, não ia ter câmera para filmar”, escreveu mais tarde, em declaração feita no hospital, quando ainda não conseguia falar.
A delegada responsável pelo caso classificou as imagens como “prova inquestionável da vontade de matar”. Para o médico responsável pela cirurgia de reconstrução facial, os ferimentos eram comparáveis aos de vítimas de acidentes de trânsito sem capacete. “Era como se ela tivesse sofrido um acidente de moto, sem capacete”, afirmou ao programa Fantástico, da TV Globo.
A violência só foi interrompida quando um morador encontrou Juliana ensanguentada e acionou a polícia. O porteiro também ligou para o 190. Igor foi preso em flagrante e, posteriormente, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Na última sexta-feira (31), foi transferido para um presídio da capital potiguar. Ele responderá por tentativa de feminicídio.
Internada em um hospital público, Juliana passou por cirurgia de reconstrução facial e seguirá em acompanhamento médico. Apesar da gravidade das lesões, o risco de sequelas neurológicas foi descartado. Sua recuperação segue, agora, amparada por profissionais de saúde e, espera-se, pela garantia de justiça.