A Controladoria-Geral da União (CGU) determinou ao Exército, a pedido da CNN, que divulgue os custos específicos da compra de insumos para a fabricação de cloroquina, incluindo os valores de frete e de lucro da empresa que o importou, a Sul Minas Suplementos.
A compra é investigada por suposto superfaturamento no Tribunal de Contas da União (TCU).
A decisão acontece depois de mais de 10 solicitações feitas pela reportagem, tanto por meio da assessoria de imprensa da instituição quanto por meio da Lei de Acesso à Informação e também em uma visita presencial à empresa Sul Minas.
todas as tentativas, a resposta dos envolvidos foi de que as informações envolveriam sigilo comercial e não poderiam ser divulgadas.
O parecer favorável à CNN é assinado pelo analista técnico administrativo Walter Barbosa Vitor e pelo Ouvidor-Geral da União adjunto Marcos Gerhardt Lindenmayer.
Se a decisão da CGU for acatada, será possível compreender se o custo elevado do produto, que custou 167% a mais do que o vendido ao Exército pela mesma empresa em março, acompanha os custos internacionais, como alegam as partes até o momento, ou se houve maior lucro por parte da empresa Sul Minas, por exemplo.
A CNN vem publicando reportagens sobre o tema desde setembro e já mostrou, por exemplo, que somente duas empresas foram procuradas formalmente para oferecer orçamentos, sendo que a vencedora, Sul Minas, teve um mês a mais do que a concorrente para preparar uma proposta.
As reportagens revelaram ainda que o Exército consentiu com a compra mesmo com a alta do preço e que seu departamento jurídico fez diversos questionamentos sobre os custos, que nunca foram respondidos.