Ritmo de contágio passou de 1,10, em 16 de novembro, para 1,30, de acordo com o relatório divulgado nesta terça-feira, 24; números mostram que cada 100 pessoas contaminadas podem transmitir o vírus para outras 130.
A taxa de transmissão (Rt) da Covid-19 no Brasil chegou a 1,30 nesta semana, a maior desde maio, segundo dados do Imperial College de Londres, no Reino Unido.
Isso significa que cada 100 pessoas contaminadas transmitem o vírus para outras 130.
De acordo com a margem de erro, a taxa pode ser de 0,86 até 1,45, o que significaria que, a cada 100 pessoas com o vírus, infectariam outras 86 ou 145, respectivamente.
A pesquisa foi divulgada nesta terça-feira, 24, e se refere a semana que começou nesta segunda. “A notificação de mortes e casos no Brasil está mudando e os resultados devem ser interpretados com cautela”, afirmou o instituto.
Na semana de 17 de maio, a taxa de transmissão estava em 1,30, mas podia chegar a 1,47 pela margem de erro.
Conforme o relatório do Imperial College, a previsão de mortes pelo novo coronavírus no Brasil nesta semana é de 5.450.
Na anterior, este número foi de 3.876. Entre os países que tem taxa de transmissão maior do que a do Brasil estão, por exemplo, a Sérvia (1,77), Lituânia (2,07), Áustria (1,73), Grécia (1,72), Afeganistão (1,71), Polônia (1,63), Porto Rico (2,13), Japão (1,78), África do Sul (1,64) e Irlanda (2,29).
O Reino Unido e a Itália, que tem registrado uma segunda onda da Covid-19, têm taxas de 1.27 e 1.11, respectivamente.
Segunda onda no Brasil
Uma nota técnica assinada por pesquisadores brasileiros de seis universidades públicas e divulgada nesta segunda aponta que o Brasil está vivendo o início de uma segunda onda da Covid-19.
O grupo também elencou recomendações para diminuir o impacto do crescimento dos casos e mortes pela doença no país.
Os pesquisadores apontam pelo menos três pontos importantes para o crescimento dos casos de coronavírus, sendo o primeiro a falta de “testagem sistemática com rastreamento de casos”; o segundo a falta de uma “política centralizadas e coordenadas” e o terceiro, o afrouxamento do isolamento social.
Para os cientistas, também há “ausência de campanhas de esclarecimento e uma falsa sensação de segurança disseminada na população”