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Recuo de Tarcísio no tarifaço fortalece Ronaldo Caiado no jogo presidencial
O recuo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), diante do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não apenas expôs fragilidades de sua projeção nacional como abriu espaço para que outro nome da direita ganhasse tração: Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás.
Ao alinhar-se inicialmente a Trump e depois mudar de posição, Tarcísio foi acusado de vacilação tanto por adversários quanto por aliados. No campo bolsonarista, a crítica foi imediata — com destaque para ataques públicos de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Para a militância mais ideológica, a hesitação no episódio reforçou a percepção de que o paulista não tem firmeza suficiente para liderar a direita em uma disputa contra o presidente Lula (PT).
Nesse vácuo, Caiado desponta como alternativa mais sólida. Veterano da política, médico e produtor rural, o governador goiano sempre manteve um discurso alinhado à pauta conservadora, especialmente no que diz respeito à segurança pública e ao agronegócio. Além disso, tem sido um defensor de Jair Bolsonaro mesmo em momentos delicados, algo que agrada ao núcleo duro do bolsonarismo.
Fontes próximas à família Bolsonaro afirmam que Caiado tem ganhado espaço justamente por representar uma “direita de raiz”, em contraste com o que consideram ser a postura mais pragmática — e por vezes hesitante — de Tarcísio. O movimento reforça a leitura de que, caso o governador paulista opte pela reeleição, o goiano poderá herdar parte do capital político e do apoio eleitoral que estava sendo reservado ao ex-ministro da Infraestrutura.
Se confirmada essa tendência, o tarifaço de Trump terá sido o divisor de águas que não apenas reconfigurou a corrida presidencial no campo da direita, mas também consolidou Caiado como nome competitivo para 2026, possivelmente com apoio direto do bolsonarismo.
