O ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, comentou nesta sexta-feira (24) acerca da suspensão de sua conta no Twitter. A rede social derrubou hoje 16 perfis bolsonaristas atendendo a uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que apura notícias falsas e ameaças a ministros da Corte.
“É que incomoda, porque eu tenho uma conta com 210 mil seguidores e 91 milhões de interação. É quase a metade da população do Brasil. Isso tem pegado firme nessa turma de urubus, esses 11 urubus que trazem mau agouro à pátria brasileira sendo ministros do Supremo Tribunal Federal”, disse à CNN Brasil.
Questionado se seus posts contêm incitação ao ódio e ameaças, Jefferson afirmou que nunca ameaçou nenhum ministro do Supremo.
“Ameaça é coisa de otário, e quem ameaça é bobo. Quem deseja fazer, faz, e não manda recado. Se precisar fazer, eu faço. Mas não vou ameaçar, até para que ninguém se previna de atitudes que eu, talvez, tenha que tomar um dia na vida”, afirmou o ex-deputado.
O ex-deputado declarou ainda que “tomou um susto” com o ocorrido. “Abri o Twitter e vi a ação dizendo que eu tinha sido suspenso e que a conta foi bloqueada. Aí, comecei a me inteirar”, contou.
Jefferson disse que os ministros do Supremo são “a pior composição dos últimos 100 anos da Corte superior do Brasil”.
“São lobistas, advogados, juízes do trabalho, que na magistratura, é juiz de segunda categoria, é o baixo clero”, afirmou.
Entre as contas suspensas, também estão as da ativista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, e dos blogueiros Allan dos Santos e Bernardo Küster.
Em nota, o Twitter informou que “agiu estritamente em cumprimento a uma ordem legal proveniente de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF)”.
Em maio, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das contas nas redes sociais “para a interrupção dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”.
A suspensão dos perfis de 16 bolsonaristas no Twitter, Facebook e Instagram foi determinada no dia 27 de maio e reiterada, esta semana, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Como a ordem anterior não vinha sendo cumprida, ele, em despacho, reiterou a decisão e estabeleceu multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento. Até as 15h desta sexta (24), perfis de bolsonaristas bloqueados no Twitter continuavam ativos nas outras duas redes.
Confira nota divulgada pela Sara Winter:
NOTA À IMPRENSA SARA WINTER 24072020_16h15m