Deputada foi condenada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Judiciário; Alexandre de Moraes acolheu pedido de prisão preventiva feito pela PGR
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta quarta-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atendendo a um pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão ocorre após a parlamentar ter deixado o Brasil, alegando motivos de saúde e informando posteriormente que pretende se licenciar do mandato parlamentar.
Zambelli declarou que sofre “pressão jurídica no Brasil” e negou ter abandonado o país. “Não é desistir da minha luta. É resistir, é poder continuar falando o que eu quero falar, é voltar a ser a Carla que eu era”, disse a deputada em vídeo divulgado nas redes sociais.
A parlamentar foi condenada pela Primeira Turma do STF, por unanimidade, a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ação coordenada com o hacker Walter Delgatti. Na ação, um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes foi emitido, em tom de deboche: “Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”.
Apesar de já ter tido o passaporte apreendido durante a investigação, o documento havia sido devolvido por decisão do próprio STF, o que permitiu sua saída do Brasil sem impedimentos legais.
Em entrevista à CNN, Zambelli afirmou possuir cidadania italiana e disse que, por isso, não pode ser deportada: “Eles não podem me deportar sendo cidadã italiana”. No entanto, especialistas alertam que a situação pode evoluir para uma solicitação de extradição, como ocorreu com Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, extraditado da Itália em 2015 após condenação no escândalo do mensalão.
Segundo o advogado penalista Caio Favaretto, caso Zambelli não se apresente após notificação judicial, ela poderá ser considerada oficialmente foragida.