STF determina quebra de sigilo telefônico de Gleisi Hoffmann

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

Enquanto o acordo de delação premiada da Odebrecht não é homologado pelo Supremo Tribunal Federal, a Operação Lava-Jato avança nas investigações sobre políticos que receberam propinas da empreiteira. Para apurar se a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) recebeu dinheiro sujo da construtora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao ministro Teori Zavascki, relator dos processos do petrolão na Corte, a quebra do sigilo telefônico da parlamentar. O pedido foi deferido no fim do ano passado.

Gleisi é suspeita de figurar na lista do setor de propinas da Odebrecht com o apelido “Coxa”. A ex-ministra da Casa Civil teria recebido meio milhão de reais em  dinheiro vivo durante sua campanha para o governo do Paraná em 2014. Documentos encontrados pela Polícia Federal na sede da empreiteira relacionam o codinome “Coxa” a um número de telefone e a um endereço em São Paulo onde funciona a agência Sotaque Publicidade e Propaganda. O dono da linha telefônica é Bruno Martins Gonçalves Ferreira, ex-sócio da Sotaque, empresa que era administrada pelo marqueteiro Oliveiros Domingos Marques Neto, responsável pela campanha fracassada de Gleisi em 2014.

Procurado por VEJA, Bruno Martins Gonçalves esclareceu: “Caí de gaiato nessa história. Na verdade, o meu ex-sócio, Oliveiros Domingos, que estava cuidando da campanha da Gleisi em Curitiba, me pediu um favor: levar o Leones ( Dall’agnol, ex-chefe do gabinete de Gleisi Hoffmann) do aeroporto de Congonhas até o escritório da Odebrecht, em São Paulo. Na reunião que ocorreu na empresa e que acompanhei, foram pedidos recursos para a campanha da Gleisi, e o executivo da Odebrecht disse que iria ajudar. Não me lembro de terem discutido valores”. Bruno esclareceu, em depoimento prestado à Polícia Federal, que a reunião na sede da empreiteira foi conduzida por Fernando Migliaccio da Silva, executivo da empreiteira responsável pelo gerenciamento do departamento de propinas da companhia.

A quebra de sigilo telefônico, autorizada por Teori, também se estende a Bruno Martins Gonçalves, a Leones Dall’agnol e a Fernando Migliaccio, um dos 77 delatores da Odebrecht. O objetivo dos investigadores é conferir se os suspeitos se comunicaram entre si e depois provar, a partir de dados da localização dos celulares, que eles se reuniram na sede da Odebrecht.

Mais lidas

Caiado inicia agenda nos EUA com reunião n...
Audiência na CLDF cobra valorização de Adm...
IgesDF abre seleção para médicos e psicólo...
...