Brasília é a capital do rock, do choro; berço do rap; exportadora de sambistas, sertanejos; e celeiro de grandes cantores da MPB. Resumiu a deputada Telma Rufino (PROS), ao abrir a sessão solene que celebrou, na manhã desta quarta-feira (22), no plenário da Câmara Legislativa do DF, o Dia do Músico.
A parlamentar, de quem partiu a iniciativa de homenagear os profissionais, além de exaltar os benefícios da música, inclusive terapêuticos, “porque fala direto ao coração”, lembrou as dificuldades do segmento. Destacou o momento de penúria da Escola de Música de Brasília e disse esperar que a Lei Orgânica da Cultura, recentemente aprovada pela CLDF, venha, verdadeiramente, trazer benefícios à classe artística: “A cultura gera empregos e movimenta a economia”.
E, além de celebrar o talento dos músicos locais, Telma Rufino reafirmou seu compromisso com a produção cultural da cidade. Por sua vez, o deputado Ricardo Vale (PT) criticou a ausência, na solenidade, de representante do GDF, especialmente da Secretaria de Cultura. Também lamentou que a “lei do silêncio” venha fechando bares e restaurantes. E afirmou: “Música não é barulho, música é cultura”.
Apresentações – Músicos e cantores da cidade se apresentaram durante a sessão, numa mostra da diversidade do cenário artístico brasiliense. O maestro, pianista e acordeonista Marcos Farias e a cantora Sabrina Vaz brindaram os presentes com “Asa Branca”, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga. Na sanfona, Divino Eugênio da Silva tocou “As mocinhas da cidade”, da dupla paranaense Nhô Belarmino & Nhá Gabriela.
O cantor Mariano Júnior interpretou, de sua própria autoria, “Meio Outside”; Hélvio cantou “Fardo de algodão”, de estilo gospel; Alysson Takaki e Rogério Midlej, com Mauro Sérgio ao piano, “Seduzir” (Djavan) e “Nos Bailes da Vida” (Milton Nascimento). Erick Strada interpretou “Tocando em Frente” (Almir Sater) e “Quem será seu outro amor” (Edelson Moura) e Fernando cantou “Barco Dourado” (Diego Silveira), de estilo sertanejo pop.
Problemas – O presidente da Associação dos Músicos e Artistas Populares do Distrito Federal e Entorno, Cacá Silva, salientou a realização de grandes eventos musicais, “que geram trabalho e renda”, e condenou a destinação de “apenas” 0,3% do orçamento do Distrito Federal para o Fundo de Apoio à Cultura (FAC).
Também discursaram durante a solenidade, para saudar os músicos e falar dos problemas do setor, o produtor musical Gustavo Ribeiro, criador do prêmio Profissionais da Música, que terá nova edição em abril de 2018; o maestro Marcos Farias; Tião Rodrigues, criador da banda Squema Seis; o presidente do Sindicato dos Músicos de Brasília, Lourin-roosevelt Alves Pedrosa; e o produtor musical Valdemar Cunha. Durante a sessão solene foram entregues moções de louvor, aprovadas pela Câmara Legislativa, aos músicos do Distrito Federal.