Situação de Bolsonaro não é nada fácil”, diz Janaína Paschoal sobre indiciamento pela PF
A vereadora eleita de São Paulo e professora de direito da USP, Janaína Paschoal (PP-SP), comentou neste domingo (1º) o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) pela Polícia Federal nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo Paschoal, o ex-presidente enfrenta uma situação delicada.
“Para se defender da acusação de golpe, ele precisará assumir que todas as sandices que disse ao longo do mandato eram bravatas e que nunca pretendeu se valer da interpretação ampliada do artigo 142; vai precisar confessar que fugiu para os EUA, quando a ideia ficou maior que a personagem”, escreveu Paschoal em publicação no X (antigo Twitter). A ex-deputada estadual, que já foi aliada do bolsonarismo, acrescentou que essa estratégia pode livrar Bolsonaro de uma condenação judicial, mas exporia sua imagem perante seus apoiadores.
Apesar disso, Paschoal acredita que nem todos os 37 indiciados pela PF devem ser condenados. Segundo ela, o relatório final das investigações “não chega a ser uma ficção, mas foi além do que pode ser considerado relevante penalmente”.
Amados, a situação de Bolsonaro não é nada fácil. Para se defender da acusação de golpe, ele precisará assumir que todas as sandices que disse ao longo do mandato eram bravatas e que nunca pretendeu se valer da interpretação ampliada do artigo 142; vai precisar confessar que…
— Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) December 1, 2024
A Polícia Federal acusa Bolsonaro de ter “planejado, atuado e tido domínio de forma direta e efetiva” sobre as ações da organização criminosa que visava abolir o estado democrático de direito.
As provas obtidas foram enviadas à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá, em 2025, se apresenta ou não denúncias ao Supremo Tribunal Federal (STF). Caso as denúncias sejam aceitas, os indiciados se tornam réus em um processo criminal que poderá resultar em absolvições ou condenações.