A nova abordagem no treinamento de motoristas de ônibus no DF está reduzindo conflitos com ciclistas. Conheça os detalhes da simulação realista e os benefícios para um trânsito mais seguro e colaborativo
Recentemente, iniciou-se uma importante série de treinamentos voltados para motoristas de ônibus, com o objetivo de melhorar a convivência entre motoristas e ciclistas nas vias do Distrito Federal. A iniciativa, que começou na semana da data comemorativa, envolveu 70 motoristas da Marechal e, subsequentemente, 30 funcionários da Urbi, 30 da BsBus e 20 da Pioneira. As atividades foram concluídas nesta segunda-feira (2) com a participação de 40 trabalhadores da Piracicabana.
O secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Zeno Gonçalves, destacou os impactos positivos do treinamento, afirmando que os testemunhos dos ciclistas têm sido altamente favoráveis. “Os registros da conduta dos motoristas de ônibus mostram que o treinamento produziu o efeito desejado”, ressaltou Gonçalves.

A vice-governadora Celina Leão reforçou a importância do treinamento, enfatizando que ele humaniza as relações no trânsito da capital. “Esse treinamento é fundamental para termos um trânsito melhor, mais seguro e empático entre todos que trafegam nas vias do DF. Mudar a perspectiva do lugar que ocupam no trânsito fará com que os motoristas percebam de forma ativa o ponto de vista e as dificuldades dos ciclistas”, apontou Leão.
O secretário Gonçalves também destacou que a iniciativa não só educa os motoristas sobre as normas de trânsito, mas também promove uma mudança de perspectiva ao colocá-los na posição dos ciclistas. “Temos observado uma redução significativa nas ocorrências de ouvidoria relacionadas a incidentes com ciclistas, o que prova que o programa tem surtido efeito”, afirmou.

Entre as atividades do treinamento, o exercício de simulação se destacou, onde os motoristas pedalavam na margem da pista enquanto ônibus passavam em alta velocidade a poucos metros. Essa experiência prática visa criar empatia entre os motoristas ao reproduzir as situações desafiadoras enfrentadas pelos ciclistas diariamente.
José Milton Timóteo da Silva, motorista da Piracicabana, participou da atividade e ressaltou a importância de humanizar a relação entre condutores e ciclistas. “É interessante estar na condição de ciclista. Nos dá uma visão clara do sufoco que a pessoa passa quando a distância recomendada não é respeitada no trânsito”, explicou.
Timóteo também notou uma mudança positiva entre seus colegas de profissão. “A realidade das ruas mudou. Os ciclistas percebem que o motorista está respeitando mais e não os vê mais como um problema na via”, concluiu.
Com a esperança de que o programa se incorpore à política de mobilidade pública federal, a iniciativa continua a promover um trânsito mais seguro e colaborativo para todos.