O setor de serviços fechou o ano de 2016 em queda de 5%. É o que informa pesquisa divulgada nesta quarta-feira (15), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi a maior da série histórica do índice, iniciado em 2012. Já no Distrito Federal, a baixa foi de 0,6%. O estudo mostra ainda que 26 das 27 unidades da Federação registraram retração nos serviços.
O IBGE informa que a maioria dos segmentos pesquisados tiveram taxas negativas, e o que mais influenciou na queda geral do setor, segundo a instituição, foi o desempenho da área de transportes, com uma queda registrada de 7,6%. O segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares, como serviços jurídicos, contábeis, de auditoria, consultoria empresarial, também registrou forte queda, de 5,5% em 2016.
Na opinião do economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes, assim como no varejo, o resultado negativo foi influenciado diretamente pela taxa elevada de desemprego no País. Além disso, de acordo com Bentes, o investimento de empresas em serviços despencou em 2016. “Grande parte da renda do setor se origina de serviços prestados as empresas, no ponto de vista da demanda. Por isso, serviços de transporte e profissionais, como o de consultoria, tiveram quedas expressivas por falta de investimento das empresas”, explica Fábio. “O que está por trás do pior ano para o serviço é a combinação de queda do investimento com a desaceleração do mercado de trabalho”, destaca.
Para esse ano, Fábio Bentes diz que a evoluções da confiança e do mercado de trabalho serão fundamentais para o resgate do nível de atividade no setor de serviços. “Somados à tendência recente de perda de força da inflação, esses dois fatores deverão proporcionar estabilidade na geração de volume em 2017 após dois anos de perdas, devolvendo, mais claramente em 2018, a capacidade de crescimento do setor terciário, responsável por quase 70% da geração de riqueza do País”, conclui.