O setor de serviços do Distrito Federal registrou alta expressiva de 9,2% em fevereiro de 2025, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados pelo IBGE. O desempenho ajudou a sustentar o resultado nacional do setor, que teve variação de 0,8% no mesmo período. Já a atividade turística cresceu 1,2% na capital, mantendo o ritmo positivo observado nos últimos meses. Em contrapartida, o comércio varejista apresentou leve retração de -0,2% frente a janeiro, sinalizando estabilidade após resultados positivos no fim de 2024.
O avanço no setor de serviços em fevereiro compensou a queda anterior de 8,7% em janeiro, provocada pelo forte desempenho de dezembro, típico do período de festas. Já na comparação com fevereiro de 2024, o recente índice é 9,0% maior, e 5% nos últimos 12 meses.
Em relação a outros estados, o DF teve a terceira maior contribuição positiva para o resultado nacional do setor de serviços em fevereiro, atrás apenas de São Paulo (5,7%) e Rio de Janeiro (5,5%).
Turismo é destaque do país
O crescimento de 1,2% no turismo da capital posicionou a unidade federativa entre as dez com variação positiva no mês. O resultado contribuiu para o avanço nacional do setor, que cresceu 2,9%. Quando comparado ao mesmo mês do ano passado, o crescimento do turismo no DF é ainda mais expressivo: 8,7%, superior inclusive à média nacional (7,3%).
Comércio retrai no DF
Mesmo com a ligeira queda em fevereiro deste ano frente a janeiro, o comércio varejista do DF segue apresentando números robustos no comparativo anual. Em relação a fevereiro de 2024, o setor cresceu 4,9%, mantendo a tendência de alta observada desde dezembro do ano passado. O acumulado do ano (janeiro-fevereiro) também é positivo, com alta de 5,3%, e o crescimento dos últimos 12 meses chega a 4,9%.
Para o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, o desempenho dos setores reafirma a força da economia local. “No âmbito do comércio de bens, serviços e turismo, vejo o DF como um dos principais responsáveis por impulsionar esse resultado em nível nacional. Acredito que encerraremos o ano novamente com um desempenho acima da média do país. Isso é reflexo direto da capacidade e da força do empreendedor brasiliense. Por isso, em 2025 continuaremos firmes na defesa das nossas pautas junto aos Poderes Legislativo e Executivo, focando também na expansão do Senac-DF e do Sesc-DF, por meio da formação de mão de obra qualificada e da melhoria na qualidade de vida da população”, afirma”, afirma.
CNC projeta crescimento nacional
Mesmo em um cenário internacional de incertezas e volatilidade cambial, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta um ano de crescimento moderado para os setores que representa. A expectativa é de avanço de 4% no comércio varejista restrito, 3,5% nos serviços e 5,5% nas atividades turísticas em 2025, impulsionado principalmente pela recuperação da renda e pelo baixo desemprego.
Em fevereiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) registrou alta de 0,5% no volume de vendas no comércio varejista restrito, enquanto a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) apontou crescimento de 0,8% no volume de serviços prestados. Esses resultados reforçam a retomada da atividade econômica e embasam as projeções da CNC para o ano.
Segundo o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o desempenho recente dos setores indica uma recuperação gradual. “Mesmo com os juros ainda em patamar elevado e com as tensões no comércio internacional, os setores mostram capacidade de adaptação e resposta rápida à melhora das condições internas, como a queda do desemprego e a renda mais estável das famílias”, afirma.
Turismo no Brasil
Segundo o analista João Vitor Gonçalves, economista da CNC responsável pelas projeções, as atividades turísticas devem crescer 5,5% em 2025, mantendo a tendência de recuperação iniciada no pós-pandemia. Em fevereiro, o setor cresceu 2,8%, após queda em janeiro, impulsionado pela redução dos preços das passagens aéreas.
“A recuperação do turismo continuará, mas em ritmo mais gradual. A taxa de desemprego baixa favorece as viagens, mas o enfraquecimento da economia pode limitar os gastos das famílias com lazer”, explica Gonçalves.