“Cotão” ou “Cota para Exercício da Atividade Parlamentar” permite que senadores usem dinheiro público para cobrir desde passagens aéreas até despesas pessoais, como tapioca e festas. Regras do sistema têm sido alvo de críticas
Um levantamento feito pela imprensa revelou que o Senado Federal já utilizou mais de R$14 milhões dos cofres públicos, apenas este ano, para ressarcir despesas dos 81 senadores. O valor é proveniente do chamado “cotão” ou “Cota para Exercício da Atividade Parlamentar”, que é destinado a cobrir gastos dos senadores no exercício do mandato, incluindo despesas pessoais.
Entre as despesas que são cobertas pelo “cotão” estão desde passagens aéreas, cujos valores variam de acordo com o Estado, até aluguel, água, luz, telefone e combustível. Além disso, a cota também é utilizada para cobrir gastos com alimentação, hospedagem e outras despesas que os senadores possam ter durante o exercício do mandato.
Os valores das passagens aéreas, por exemplo, variam de R$21.045,20 para senadores de Goiás e Brasília até R$ 44.276,60 por mês. Já o valor total da cota varia de acordo com o Estado do senador, podendo chegar a até R$ 45 mil por mês.
Embora seja destinada a cobrir gastos dos senadores no exercício do mandato, a cota tem sido alvo de críticas por permitir que despesas pessoais dos parlamentares sejam cobertas com dinheiro público. A tapioca, um alimento típico do Nordeste, já foi alvo de polêmica no passado, quando senadores utilizaram a cota para comprar o alimento.
Diante das críticas, alguns senadores têm defendido a revisão das regras que regem o “cotão”, para tornar mais claras as despesas que podem ser cobertas com o dinheiro público. No entanto, até o momento, nenhuma mudança significativa foi realizada.