A investigação começou em 2016 e busca desarticular organizações criminosas integradas por médicos, hospitais e empresas fornecedores de materiais cirúrgicos
Seis pessoas foram presas, temporariamente, na manhã desta sexta-feira (3), durante a 5ª fase de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Os agentes cumpriram mandados de prisão contra três médicos e três funcionários de uma empresa de equipamentos cirúrgicos.
Ao todo, a operação deve cumprir 15 mandados de busca e apreensão, sendo alguns deles em Jundiaí, no estado de São Paulo, e seis mandados de prisão temporária. O grupo é suspeito de participar do esquema que ficou conhecido como “máfia das próteses”.
No DF, os médicos suspeitos são donos de clínicas particulares em Sobradinho. Além disso, a polícia investiga se dois funcionários – chamados de “testa de ferro” – teriam sido usados como “laranjas” e emprestado o nome para abrir empresas de órteses e próteses.
Segundo a investigação, o grupo superfaturava o preço desses materiais pelo plano de saúde, usavam materiais de baixa qualidade e até realizavam cirurgias sem necessidade.
Máfia das próteses
A investigação começou em 2016 e busca desarticular organizações criminosas integradas por médicos, hospitais e empresas fornecedores de materiais cirúrgicos, segundo a Polícia Civil.
De acordo com a polícia e o Ministério Público, o esquema investigado na operação movimentou mais de R$ 30 milhões nos últimos anos. As investigações apontam que “centenas de pacientes” tenham sido lesados pelo esquema.
Pelas informações do inquérito, a atuação envolvia cirurgias desnecessárias, superfaturamento de equipamentos, troca fraudulenta de próteses e uso de material vencido em pacientes é “milionário”. As pessoas e empresas citadas negam irregularidade.
Existem casos de cirurgias sabotadas para que o paciente fosse continuamente operado, gerando lucro para o esquema, dizem os investigadores.
Ainda segundo a polícia, uma testemunha que tentou denunciar o esquema sofreu tentativa de homicídio. “Deixaram um fio-guia de 53 cm na jugular de uma paciente para matá-la.”
Fonte: Destak Brasília