SEGURANÇA SEM EFETIVIDADE

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A inclusão do Distrito Federal na lista de risco elaborada pelos Estados Unidos é resultado de uma política de segurança sem efetividade, baseada em muita roda de conversa e pouca providência concreta, como a recomposição dos efetivos das Polícias Civil e Militar, a reabertura das 20 delegacias que seguem fechadas e manutenção da paridade da Polícia Civil com a Polícia Federal, retirada pelo Governo Rollemberg.

Falta policiamento nas ruas, as cidades foram tomadas pelas drogas e a Rodoviária do Plano Piloto virou  terra de ninguém, com os craqueiros exercendo seu sagrado direito de se drogar à vontade, à vista de todos, e os marreteiros aplicando seus golpes diários.

O baixo efetivo e a utilização de policiais em atividades-meio, como a exercida na Casa Militar e assessorias parlamentares, levam os cidadãos a vibrarem ao primeiro sinal de uma viatura em rondas, porque as que são expostas em canteiros servem apenas como ostentação, visto que não podem atender a chamados da comunidade.

A Segurança Pública recebe ainda a carga da falta de ação das demais áreas do Governo, especialmente a de assistência social, tendo de se ocupar da bagunça que é feita em via pública por moradores de rua e usuários de drogas.

A luz das cidades é fraca, o mato cresce de dar na cintura, afrouxaram a segurança nas escolas públicas, muitas delas palco de incivilidades e violência pela ausência da satisfação de aprender, porque quem não aprende e vai ficando para trás acaba se revoltando contra tudo e todos.

Os casos de estupro aumentaram em todos os cantos do DF, especialmente nas áreas mais pobres, porque as crianças estão sendo negligenciadas e cuidadas de qualquer jeito, pois faltam creches e as mães não têm com quem deixar seus filhos. Não se pode admitir que o Distrito Federal tenha 21 mil crianças sem creches.

A Segurança Pública é o retrato de um governo que se desmancha sem deixar saudades, enquanto seus expoentes se perdem em fofocas de corredores e se ocupam em retirar faixas de protestos nos alambrados das delegacias fechadas.

*Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista e escritor.

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