“Bonitinha”, mas ordinária! Começa cair o manto daquela que se diz serva de Cristo, mas atua nos bastidores com um tridente.
A deputada Sandra Faraj (SD), após uma enxurrada de denúncias capazes de ceifar seu mandato parlamentar tentou neutralizar, no mês de fevereiro, seus desafetos na 5ª delegacia da polícia para evitar a ação do Ministério Público e da Justiça, onde tramitam denúncias de corrupção com verbas indenizatórias da Câmara Legislativa do DF. Pesa também sob Sandra Faraj a denúncia um suposto esquema de pagamento de dízimo. A “contribuição” seria descontada do salário dos comissionados. O dinheiro teria como destino a igreja Ministério da Fé, do irmão da parlamentar, Fadi Faraj, onde a distrital atua como pastora.
Agora, com exclusividade, o QuidNovi revela um novo escândalo. Após quatro meses, surge uma denúncia na polícia na qual o ex-chefe de gabinete Manoel Carneiro de Mendonça Neto esteve no sábado, dia 22 de outubro de 2016, na Câmara Distrital, mais especificamente no gabinete de número 18 do 4º andar, o qual é ocupado pela deputada Sandra Faraj. Entretanto, surpreendido pela troca de segredos nas fechaduras, o ex-chefe de gabinete, deixou a Câmara e buscou um chaveiro e, retornando, abriu o gabinete a fim de subtrair documentos e equipamentos guardados no gabinete.
Tudo isso foi registrado pelos circuitos de câmeras internas e monitorados pela segurança da casa. Temendo o vazamento de documentos comprometedores a deputada não denunciou o então chefe de gabinete à época.
Manoel Carneiro foi exonerado no dia 02 de janeiro de 2017, depois que o irmão da deputada, o pastor Fadi Faraj – primeiro suplente do senador Antônio Reguffe – ter entrado no circuito e acalmado Manoel evitando que revelasse os segredos da deputada guardados a sete chaves.
A polícia que abriu o inquérito para apurar a invasão no gabinete, surpreendida com o fato de Sandra Faraj estar envolvida em vários escândalos de corrupção com denúncias de funcionários e empresas vitimas do poder.
Esta reportagem fez contato com Manoel Carneiro, ex-chefe de gabinete, o qual relatou estar surpreso que só agora a deputada pediu as investigações dos fatos ocorridos em outubro, acrescentando que quando entrou no gabinete e retirou equipamentos que o pertencia, sentiu falta do HD que armazenava os arquivos do seu notebook, o que não denunciou a época.
Coincidência ou não, Filipe registrou uma ocorrência policial de furto no seu escritório, que coloca como suspeita a deputada como mandante, onde levaram somente o seu computador deixando intocáveis outros computadores e até dinheiro. (leia abaixo depoimentos no inquérito aberto na quinta delegacia de polícia, envolvendo a deputada, empresária Michelly Ribeiro e Filipe Nogueira).
Estava tudo acordado quando a denúncia de Filipe Nogueira Coimbra, funcionário do gabinete da deputada Sandra Faraj, colocou como testemunha o ex-chefe de gabinete Manoel Carneiro.
No dia 6 de fevereiro, um representante da empresa Netpub Agência de Comunicação e Tecnologia registrou em cartório uma acusação dando conta que a parlamentar contratou o serviço, não pagou, mas apresentou notas fiscais pedindo ressarcimento da Câmara Legislativa num valor total de 174 mil.
No relato, a empresária Michelly Nogueira conta que, além de atender o setor privado em demandas avulsas, trabalha para alguns parlamentares. Segunda ela, a empresa foi criada em 2012. No ano seguinte, teria sido convidada para “compor o time da campanha da deputada Sandra Faraj”.
A proposta seria “para fazer o trabalho por um preço em conta visando o futuro. Caso a deputada ganhasse as eleições, ela contrataria a empresa para ‘caminhar junto’ ao mandato”, diz o documento. Foi feito, então, um acordo de 64 mil com o CNPJ da empresa Studio Nogueira – hoje Studio Web -, do marido de Michelly, Filipe Nogueira. De acordo com empresários, no entanto, o serviço nunca foi pago. Mas a verba dos cofres da Câmara foram sacadas e parando no bolso ou na bolsa da deputada.
Segundo a testemunha chave o ex-chefe de gabinete Manoel Carneiro, a lei e clara, não pode se fazer pagamento em dinheiro com verba indenizatória, somente através de boletos ou transferência bancária para evitar fraude contábil e desvio de recursos públicos para o bolso ou balsa de parlamentares.
A invasão no gabinete investigada pela polícia Civil e pela polícia da Câmara Legislativa deverá trazer à tona os segredos guardados por Manoel e levar a cassação de mandato da deputada Sandra Faraj.
O site QuidNovi foi atrás e, com exclusividade, uma entrevista com o ex-chefe de gabinete Manoel Carneiro de Mendonça que revela esta surpreso com a coragem da deputada em querer esclarecer o ocorrido.
Ouça abaixo entrevista na íntegra do ex-chefe do gabinete de Sandra Faraj e guardião dos segredos nada republicanos que viram à tona. (Entrevista Mino Pedrosa e Manoel Carneiro de Mendonça Neto).
Depoimento inquérito
Fonte: QuidNovi