A deputada Celina Leão (PPS-DF) representou na Justiça contra o governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg, suspeito de envolvimento na participação do esquema criminoso de coleta de lixo em Brasília.
A denúncia caiu com uma bomba no Palácio do Buriti na última sexta-feira (24), tirando o sono do governador numa estrondosa repercussão.
A revista IstoÉ online circulou no fim de semana trazendo a notícia bombástica.
Nesta segunda-feira (27) a deputada Celina Leão convocou coletiva à imprensa entregando a representação e inquérito aberto pela Polícia Federal com provas cabais de fraudes, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.
A denúncia tem mais de mil páginas e foi disponibilizada aos veículos de comunicação.
Entre os documentos da Polícia Federal está a delação premiada de Roberto Trombeta, à força-tarefa da Lava Jato e homologada pela Justiça. O operador Trompeta, responsável também pela abertura de empresas offshores no exterior e pagamento de propina a políticos.
A construtora OAS, que também está na Lava Jato, faz parte do roll de empresas operadas por Roberto Trombeta.
As investigações da PF chegaram a outro nome que liga ao governador Rodrigo Rollemberg, Ricardo Leal, braço direito e financeiro de Rollemberg, que foi citado pelo menos em quatro delações premiadas, duas delas operando para o governador Rodrigo Rollemberg.
Coincidência ou não a construtora OAS, ligada a Sustentare, fez doações para campanha de Rollemberg ao governo do Distrito Federal.
Os inquéritos na Polícia Federal têm documentação em sigilo por se tratar de operações financeiras e interceptações telefônica e telemática.
Pelo visto, a labareda, que estava aos pés do governador de Brasília, chegou à cabeça, no mínimo, deixando-o chamuscado.
Deputada Celina Leão – Coletiva
Entenda o Caso
O GDF firmou acordo com dispensa de licitação com duas empresas, que vão receber pelos próximos seis meses R$ 147,7 milhões –R$ 102,7 milhões para a Sustentare, e R$44,9 milhões para a Valor Ambiental. As duas firmas já controlam o serviço desde 2009. No lote mais caro, o governo recebeu uma proposta quase R$ 12 milhões inferior, da Cavo Serviços e Saneamento que acabou desqualificada por questões técnicas. A empresa com a melhor oferta chegou a ser convocada para assinar o serviço de limpeza urbana do DF. Mas foi surpreendida por um parecer que tirou a firma da negociação. A Cavo entrou com ação para tentar reverter a decisão do SLU, mas o TJDFT manteve o contrato nas mãos da Sustentare.
O contrato emergencial foi dividido em três lotes. O primeiro deles, de maior valor, é o que gerou as ações judiciais. Em parecer da equipe técnica, o SLU considerou “que a contratação da empresa Cavo Serviços e Saneamentos é mais vantajosa para a administração”. Ainda de acordo com o documento, a firma tinha condições de assumir os serviços “sem descontinuidade”. Pouco depois, entretanto, a Cavo foi desclassificada com a alegação de não ter apresentado atestados de capacidade técnica para operar usina de compostagem e triagem, como a que existe na Asa Sul.
A Sustentare Saneamento recebeu do GDF R$ 117 milhões só este ano. Desde 2014, a empresa teve repasses que somam R$ 407,9 milhões dos cofres públicos. Entre 2009 e 2017, a firma, sob o nome de Sustentare Meio Ambiente, embolsou R$ 305,7 milhões de recursos públicos. Os dados são do Portal Siga Brasília. Já o valor Ambiental, outra empresa do setor de lixo que divide os contratos do segmento, recebeu R$ 920,3 milhões do GDF entre 2009 e 2017.
Redação.