De Carioca a Maranhense e ‘Brasiliense’: A trajetória omitida de Ricardo Cappelli
O atual presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Garcia Cappelli, se apresenta como um brasiliense de raiz, apesar de suas origens cariocas e uma trajetória política distante do Distrito Federal. Em um evento recente, o “Sambão do Cappelli”, o ex-secretário maranhense celebrou seus 21 anos em Brasília, mas omitiu detalhes importantes de sua carreira.
Entre 2015 e 2021, Cappelli foi Secretário de Representação Institucional do Governo do Maranhão no Distrito Federal, durante o governo Flávio Dino. Posteriormente, acompanhou a desfiliação de Dino do PCdoB e ingressou no Partido Socialista Brasileiro (PSB). Também atuou como Secretário de Comunicação Social, cargo que ocupou até 2022.
A realidade maranhense, no entanto, conta outra história. O estado, um dos mais pobres do Brasil, enfrenta níveis alarmantes de pobreza extrema. Dados mostram que somente em duas favelas de São Luís, mais de 100 mil pessoas vivem em condições precárias. No total, mais de 1,5 milhão de maranhenses sobrevivem em situação de miséria – um legado que Cappelli e Dino não conseguiram mudar.
Antes de sua passagem pelo Maranhão, Cappelli teve uma longa carreira política no Rio de Janeiro, onde foi candidato a deputado estadual e vereador pelo PCdoB, mas não conseguiu se eleger. Sua atuação no Ministério do Esporte também foi marcada por cargos estratégicos, incluindo a presidência da Comissão Técnica da Lei de Incentivo ao Esporte entre 2009 e 2013.
Com um passado político complexo e uma narrativa pública que parece convenientemente seletiva, Cappelli precisa responder se sua atuação no Distrito Federal será marcada por transparência ou pelo mesmo apagamento de sua trajetória que já demonstrou anteriormente.