A onda de otimismo com a recuperação da economia brasileira em 2021 chamou a atenção dos investidores estrangeiros e impulsionou o Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, a ultrapassar a linha histórica dos 130 mil pontos
A expectativa de retomada se soma a um momento de confiança internacional após a eficácia das campanhas de vacinação, a reabertura das principais economias globais e o recente boom das commodities.
O sentimento de tranquilidade com a recuperação do mundo após o choque da Covid-19 também aumenta a propensão dos investidores em tomar risco, e direciona boa parte desse dinheiro para os mercados de países emergentes, como o brasileiro.
O volume da entrada de capital estrangeiro na Bolsa brasileira, a B3, entre janeiro e maio deste ano traduz esse movimento. Nos cinco primeiros meses, os investidores de fora do Brasil deixaram R$ 35,2 bilhões na Bolsa (saldo entre aplicações e resgates), enquanto no ano passado o mesmo período fechou com a retirada de R$ 64,6 bilhões.
Para analistas, a conjuntura de expansão das atividades domésticas e a gradual recuperação internacional deve continuar puxando o Ibovespa para cima e aproximar o índice da linha de 150 mil pontos até o fim deste ano.
O Ibovespa acumula alta de 8,4% entre o início de janeiro e esta sexta-feira, 11, quando fechou aos 129.441 pontos.
O índice perdeu um pouco do fôlego nos últimos dias, como já era esperado, depois de engatar a sequência inédita de seis recordes seguidos entre 28 de maio e 7 de junho — quando atingiu o topo histórico de 130.776 pontos.
O momento de otimismo ocorreu em meio as sequentes revisões do mercado para a recuperação da economia brasileira em 2021 e a volta das discussões da agenda de reformas e privatizações.
O Boletim Focus, que reúne as expectativas de mais de cem instituições financeiras, alterou para cima a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) por sete semanas seguidas.
A mudança do humor se tornou ainda mais forte após a divulgação de alta de 1,2% da economia no primeiro trimestre, resultado acima do esperado pelos analistas do mercado financeiro.
“Essas boas notícias abrem uma janela de oportunidades para o Brasil, e essa alta na Bolsa é corroborada pela volta dos investimentos por causa desse cenário mais favorável”, afirma Marcela Rocha, economista-chefe da Claritas Investimentos.
A recuperação da economia brasileira ocorre em um compasso diferente das grandes economias globais. Fora a China — que desde o ano passado já indicava a retomada das atividades —, a maior parte do mundo começou a voltar aos eixos no início de 2021.
Esse movimento antecipado torna esses mercados menos atrativos para os investidores, uma vez que o preço dos ativos já se recuperou após a dissipação do grosso das incertezas. No Brasil, o processo está começando agora, o que torna a Bolsa mais barata e atrativa.
“Os investidores estão buscando mercados e ativos que tenham oportunidades de lucros maiores. O Brasil pega esse tempo posterior com a queda dos riscos, mas mesmo assim ainda mais arriscado que os mercados de países desenvolvidos, o que ajuda na geração de ganhos”, afirma Matheus Jaconeli, economista da Nova Futura Investimentos.
A recuperação da economia brasileira ocorre em um compasso diferente das grandes economias globais. Fora a China — que desde o ano passado já indicava a retomada das atividades —, a maior parte do mundo começou a voltar aos eixos no início de 2021.
Esse movimento antecipado torna esses mercados menos atrativos para os investidores, uma vez que o preço dos ativos já se recuperou após a dissipação do grosso das incertezas. No Brasil, o processo está começando agora, o que torna a Bolsa mais barata e atrativa.
“Os investidores estão buscando mercados e ativos que tenham oportunidades de lucros maiores. O Brasil pega esse tempo posterior com a queda dos riscos, mas mesmo assim ainda mais arriscado que os mercados de países desenvolvidos, o que ajuda na geração de ganhos”, afirma Matheus Jaconeli, economista da Nova Futura Investimentos.