Por Carlos Arock
Diante das tratativas para a filiação de Tarcísio de Freitas ao Partido Liberal (PL) de Jair Bolsonaro, o Republicano, atual partido do governador de São Paulo, iniciou uma reação estratégica. Na cúpula do Republicano, ressurgiu um aspecto crucial: em 2022, a legenda destinou cerca de R$ 14 milhões para a campanha de Tarcísio ao Palácio dos Bandeirantes.
A saída iminente do governador do partido, sem um argumento contundente, não seria bem recebida pelos dirigentes da sigla. A expectativa é que os oito deputados do Republicanos na Assembleia Legislativa de São Paulo passem a adotar uma postura de “independência”, em vez do apoio irrestrito a Tarcísio. Uma aliança eleitoral em 2026 também estaria ameaçada de se distanciar.
Os membros do partido que defendem a permanência de Tarcísio no Republicano sustentam que, no PL, o governador estaria no centro de uma controvérsia envolvendo Bolsonaro e as investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). Argumentam ainda que, na nova sigla, Tarcísio enfrentaria mais dificuldades para ampliar sua base eleitoral.
Além disso, há sondagens em curso para a possível migração da senadora do Republicano pelo Distrito Federal Damares Alves para o PL, acrescentando novos elementos a essa complexa negociação política.
Essa movimentação nos bastidores evidencia as intrigadas alianças e interesses em jogo no cenário político brasileiro, onde os partidos buscam consolidar sua influência e fortalecer suas bases em meio às constantes mudanças e negociações políticas.