Justiça condena Renan Filho por ofensas e ameaças contra JHC e primeira-dama
A Justiça de Alagoas condenou o ministro dos Transportes e senador licenciado, Renan Filho (MDB-AL), e o deputado federal Rafael Brito (MDB-AL) a pagarem R$ 50 mil cada ao prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), e à primeira-dama Marina Candia, por danos morais. A decisão judicial se refere a um episódio ocorrido na madrugada de 31 de outubro de 2022, quando os réus, em cima de um trio elétrico, proferiram ofensas e ameaças em frente à residência do casal, em Maceió, durante comemoração pela vitória de Lula no segundo turno.
Na ocasião, Marina estava sozinha em casa com a filha do casal, de um ano de idade, e relatou ter vivido momentos de pânico ao ouvir gritos de “vai morrer” vindos de apoiadores dos políticos. “Foram os momentos mais aterrorizantes da minha vida”, desabafou nas redes sociais. O juiz Jamil Amil Albuquerque de Hollanda Ferreira classificou os atos como “gravíssimos” e com “intenção clara de desqualificar e perturbar os autores”.
A condenação vem à tona em meio a uma tentativa do presidente Lula de promover uma reconciliação política entre JHC e Renan Filho. O gesto mais visível foi a indicação da tia do prefeito, Marluce Caldas, ao cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A estratégia visa beneficiar politicamente o ministro dos Transportes e conter a crescente força eleitoral de JHC, que desponta como possível candidato ao governo de Alagoas em 2026.
Apesar de posar ao lado de Renan Filho e Marluce após a nomeação, JHC não confirmou qualquer aliança com seu histórico adversário, o que gerou desconforto entre suas bases eleitorais, tradicionalmente em confronto com o grupo político dos Calheiros.
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Em 2022, JHC apoiou Jair Bolsonaro (PL) e o então senador Rodrigo Cunha (União Brasil) para o governo estadual. Sob sua liderança, Maceió se tornou a capital onde Bolsonaro obteve a maior votação proporcional contra Lula no segundo turno.
Procurado pela reportagem, o ministro dos Transportes, Renan Filho, não se manifestou até o fechamento desta edição. Foram enviadas perguntas relacionadas à sua condenação por danos morais.