Renan Calheiros (MDB) fez um longo discurso, preparado previamente, após a oficialização de seu nome como relator da CPI da Covid.
Do jeito que gosta, no centro dos holofotes, o senador alagoano que tem um punhado de inquéritos pendentes no STF deu seus recados.
Aproveitou o palanque, por exemplo, para, claro, atacar a Lava Jato.
O detalhe é que Renan que a comissão ao é de inquisição, mas de investigação.
“Não somos discípulos de Deltan Dallagnol ou Sergio Moro”, em discurso figadal como lhe é peculiar.
“A comissão será um santuário da ciência e do conhecimento e uma crítica ao obscurantismo e negacionismo. Será a comissão da celebração da vida contra o macabro culto ao ódio e à morte. Os brasileiros têm o direito de voltar a viver em paz”, pontuou Renan.
Sem citar o nome de Jair Bolsonaro, o relator também afirmou que é contra o “fascismo”, contra o “morticínio” e “a ruína econômica”. Defendeu, ainda, a devida apuração de quem “se aliou ao vírus e colaborou com esse morticínio”.
Ele afirmou que a “cruzada” da comissão “será contra a agenda da morte”. O emedebista foi oficializado em um dos postos mais importantes do colegiado em meio a uma batalha judicial e à tentativa de parlamentares governistas de impedir a escolha de seu nome como relator.
Na manhã desta terça-feira, o desembargador Francisco de Assis Betti, presidente em exercício do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), derrubou a liminar concedida pela Justiça Federal do Distrito Federal, que impedia a nomeação de Calheiros, sob a alegação de que se tratava de uma prerrogativa do Legislativo.
“Entre a ciência e a crença, fico com a ciência; entre a vida e a morte, a vida eternamente; entre o conhecimento e obscurantismo; óbvio escolho o primeiro; entre a luz e as trevas; a luminosidade; entre a civilização e a barbárie, fico com a civilidade e entre a verdade e a mentira, lógico que a verdade sempre. São escolhas simples que opõem o bem ao mal e creio que todos convergem. Nossa cruzada será contra a agenda da morte. Contrapor o caos social, a fome, o descalabro institucional, o morticínio, a ruína econômica e o negacionismo não é uma predileção ideológica ou filosófica, é uma obrigação democrática, moral e humana. Os inimigos dessa relatoria são pandemia e aqueles que, por ação, omissão, incompetência ou malversação, se aliaram ao vírus e colaboraram com o morticínio”, proferiu Renan durante sua exposição na primeira reunião da CPI da Covid-19.