Relatório detalha alegações da oposição sobre o envolvimento de figuras-chave, incluindo o presidente Lula, nos incidentes de 8 de Janeiro, gerando debate e controvérsia
A oposição lançou um extenso relatório paralelo com quase 400 páginas, detalhando um voto separado sobre a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) relacionada aos eventos de 8 de Janeiro. No documento, 16 parlamentares pedem o indiciamento de seis pessoas, incluindo o presidente Lula, o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
O relatório paralelo acusa o presidente Lula de cometer crimes como deterioração do patrimônio público, dano qualificado e prevaricação. A oposição rejeita a ideia de tentativa de golpe de Estado por parte dos invasores dos edifícios dos Três Poderes em Brasília e atribui os atos de depredação a “omissões por parte do governo petista”. Nesse contexto, o presidente Lula é apontado como responsável final pelos danos devido à sua posição como presidente da República, embora estivesse em Araraquara, São Paulo, no momento das invasões.
No que diz respeito a Flávio Dino, o voto separado da oposição pede seu indiciamento por diversos crimes, incluindo dano qualificado, deterioração de patrimônio público, prevaricação, desobediência e abuso de autoridade. Os parlamentares alegam que o ministro tinha conhecimento dos riscos de vandalismo e não utilizou a Força Nacional de Segurança Pública disponível. O relatório também menciona imagens do Palácio da Justiça em 8 de janeiro que não foram entregues ao colegiado.
Quanto a Gonçalves Dias, a oposição alega que o ex-ministro foi omisso ao ordenar que relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) fossem fraudados e por supostamente mentir sobre imagens em que ele aparece à paisana no Planalto. A oposição afirma que sua omissão foi crucial para a consumação da depredação.
Além disso, a oposição pediu o indiciamento de outras três pessoas: Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Abin, Coronel Klepter Rosa Gonçalves, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), e Tenente-Coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, ex-chefe interno do Departamento Operacional da PM-DF.