Eliziane Gama, relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, revela indiciamentos e acusações contra figuras proeminentes em investigação sobre eventos de 8 de janeiro em Brasília
Brasília, 17 de outubro – Nesta terça-feira, a relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, Eliziane Gama (PSD-MA), anunciou os nomes dos primeiros indicados para serem indiciados pela tentativa de golpe de estado. Os envolvidos incluem o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e diversos generais, ex-militares e personalidades de destaque.
A maior parte dos indicados enfrenta acusações de crimes que vão desde associação criminosa até tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito e golpe de estado.
O relatório apresentado pela relatora solicita que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja indiciado por crimes como associação criminosa, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de depor um governo legitimamente constituído e emprego de medidas para impedir o livre exercício de direitos políticos.
A lista de indicados inclui membros das forças armadas, ex-militares, policiais rodoviários federais e outros indivíduos suspeitos de financiar ou influenciar a tentativa de golpe de estado durante os eventos de 8 de janeiro.
Eliziane Gama argumentou que os golpes modernos não se baseiam em tanques ou soldados, mas sim na disseminação de mentiras e ódio, especialmente no ambiente digital, muitas vezes usando símbolos nacionais. Ela destacou que a bandeira nacional foi usada como símbolo por aqueles que se autodenominavam patriotas.
A relatora enfatizou que tentativas de golpe frequentemente se utilizam de “forças paramilitares que preparam, arregimentam e armam forças milicianas” de modo a ocultar a verdadeira natureza golpista desses atos.
Sobre a participação de Bolsonaro na tentativa de golpe, Eliziane Gama afirmou que, desde o início de seu governo, ele atentou contra as instituições democráticas, alimentando a violência contra qualquer um que discordasse de sua visão política.
A lista de indicados também inclui membros do chamado “gabinete do ódio,” incluindo Tércio Arnaud, que foi assessor especial de Bolsonaro, e outros envolvidos na disseminação de desinformação e discurso de ódio.
A íntegra do relatório já foi disponibilizada no site do Senado Federal.