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Sem ruídos, sem “bateu, levou”, clima político para votação da reforma da Previdência ganha nova fase com mudanças das posturas declaradas de Rodrigo Maia e de Jair Bolsonaro
Por Maurício Nogueira
“Após a trovoada vem a bonança”, já diz há muito tempo o velho ditado. Quando se fala em reforma da Previdência na turbulência passada, o melhor é outro ditado, agora, “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”, na concordância correta.
As trocas de farpas entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com a articulação tumultuada em torno da proposta de reforma da Previdência.
Nesta sexta, Bolsonaro colocou uma pá de cal ao afirmar que as rusgas se tornaram “página virada”. Por sua vez, Rodrigo Maia enfatizou que o importante é o Brasil e era chegada a hora de trabalhar por esse objetivo.
A já tumultuada tramitação do projeto do executivo referente à reforma encontra-se em stand by na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, ainda para ser definido o nome do relator.
O que se sabe é que, nos corredores do Congresso, o PSL e o Novo tentam se acertar para ficar com a relatoria ou na CCJ ou na comissão especial, que será ainda criada na etapa seguinte para analisar o conteúdo da proposta.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, havia dito que nesta quinta-feira (28) que houve “muito ruído de comunicação” em torno da reforma da Previdência. Apesar de tudo, ele se encontra “muito confiante” de que Legislativo, Executivo e Judiciário tem cada um possui ciência de cada “papel institucional”.
Daqui para frente, tudo será diferente
Reunião convocada por Rodrigo, na qual ofereceu um almoço na residência oficial a Guedes e ao secretário especial da Previdência Social, Rogério Marinho, o prato principal não poderia deixar de ser a reforma previdenciária, selou os propósitos.
“Existem uns ruídos de comunicação. Houve muito combate durante a campanha, e esse barulho vai diminuir. O exercício das próprias funções, daqui para a frente vai fazendo com que se tenha uma convergência, uma harmonização. Eu acho que isso é natural. O barulho está um pouco acima, exatamente porque houve esse choque inicial. Mas eu tenho sido testemunha de que todos estão empenhados”, salientou o ministro da Economia.
Compareceram à reunião–almoço o líder do Novo, deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), o primeiro-vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (PRB-SP), e o deputado Domingos Neto (PSD-CE).
O que passou, passou
Em retribuição, Rodrigo enfatizou que Guedes “tem sido um interlocutor importante” e reiterou que o papel desempenhado pelo presidente da Câmara favorece muito “no convencimento dos parlamentares.”
“Resolvi convidá-lo para almoçar, hoje, para a gente formar o diálogo, o tema da reforma da previdência”, afirmou Rodrigo, acrescentando que “com a certeza de que esse é um tema difícil, mas é um tema decisivo para o futuro do Brasil. É fundamental que a gente possa deixar claro para a sociedade que o nosso foco na Câmara dos Deputados vai ser sempre as mudanças que podem transformar a vida dos brasileiros”, complementou Rodrigo Maia, se referindo a Guedes.
Ao que parece, o clima será mais de “daqui para frente tudo vai ser diferente e pelo Brasil”, do que “bateu, levou”, de algumas horas atrás.
