Rei do rebaixamento confessa manipulação no Candangão

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Foto: Reprodução

 

William Rogatto admitiu envolvimento em esquema ilegal de apostas em audiência da CPI no Senado

 

William Pereira Rogatto, apontado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) como o chefe de um esquema que manipulou resultados no Candangão deste ano, confessou, nesta terça-feira, sua atuação em um esquema ilegal de apostas esportivas. A declaração ocorreu durante a reunião da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas no Senado.

Conhecido como o “Rei do Rebaixamento”, Rogatto afirmou que sua atuação resultou no descenso de 42 equipes do futebol brasileiro, incluindo o Santa Maria, que foi rebaixado em 2024 na última posição da primeira fase do Candangão. Ele alegou ter lucrado cerca de R$ 300 milhões com a manipulação de resultados. Por residir fora do Brasil, William participou da audiência por videoconferência, já que não compareceu a um convite anterior para prestar esclarecimentos.

Essa não é a primeira vez que Rogatto é relacionado a denúncias de manipulação de partidas. Em 2020, ele foi investigado por tentar influenciar jogos na Série A3 do Campeonato Paulista. Durante seu depoimento, Rogatto admitiu: “Sou réu confesso, totalmente. Comecei a trazer jogadores de nome para mostrar que eu iria fazer um excelente campeonato. Infelizmente, eu rebaixei o Santa Maria. Desculpa, mais uma vez, peço perdão para as pessoas.”

Em março, o MPDFT desencadeou uma operação contra Rogatto e dois atletas do Santa Maria: o lateral-direito Nathan Henrique Gama da Silva e o zagueiro Alexandre Batista Damasceno. Ambos foram acusados de interferir no resultado de partidas, incluindo goleadas sofridas pelo Santa Maria.

Os senadores ficaram impressionados com as revelações de Rogatto e ofereceram medidas de proteção, como delação premiada e inclusão no programa de proteção a testemunhas. No entanto, Rogatto expressou preocupação de que essas medidas não seriam suficientes para garantir sua segurança.

Durante o depoimento, Rogatto também mencionou John Textor, dono da SAF do Botafogo, que fez denúncias sobre manipulação de resultados em jogos do Brasileirão em 2022 e 2023, afirmando: “Eu te garanto que o John Textor não está totalmente errado.”

A presidente do Santa Maria, Dayana Nunes, também prestou depoimento, revelando que cedeu os direitos do clube a Rogatto na esperança de que ele mantivesse a equipe na elite distrital. Com a voz embargada, ela lamentou: “A minha maior dor é saber que ele não se compadeceu de uma pessoa que está em cima de uma cama.”

Dayana ainda expressou sua preocupação com o futuro do clube, que precisará alcançar a final da Série B local em 2025 para voltar à elite do futebol local, uma tarefa que ela considera praticamente impossível devido ao orçamento limitado.

A CPI já aprovou convocação para novos depoimentos, incluindo Bruno Tolentino, tio do meio-campo Lucas Paquetá, e a influenciadora digital Deolane Bezerra, que está sob investigação por envolvimento em atividades ilegais de apostas. (GE)

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