Autoridades e entidades se manifestaram contra as agressões sofridas por jornalistas — mais violenta contra o fotógrafo Dida Sampaio (foto) de O Estado de S.Paulo –, que acompanhavam o ato a favor do presidente Jair Bolsonaro neste domingo (3.mai.2020) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Eles também relembraram que profissionais da área da saúde foram hostilizados neste sábado (2.mai.2020), quando homenageavam as vítimas da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
Neste domingo (3.mai.2020), o repórter fotográfico Dida Sampaio, do Estadão, foi derrubado da escada sobre a qual registrava imagens. Depois, foi hostilizado. Assista (47segundos):
O repórter do Poder360 Nivaldo Carboni levou 1 chute e foi hostilizado várias vezes. Ele, Dida e outros profissionais tiveram que ser retirados pela Polícia Militar do local para evitar maiores agressões.
“Ontem enfermeiras ameaçadas. Hoje jornalistas agredidos. Amanhã qualquer um que se opõe à visão de mundo deles. Cabe às instituições democráticas impor a ordem legal a esse grupo que confunde fazer política com tocar o terror“, disse o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Ontem enfermeiras ameaçadas. Hoje jornalistas agredidos. Amanhã qualquer um que se opõe à visão de mundo deles. Cabe às instituições democráticas impor a ordem legal a esse grupo que confunde fazer política com tocar o terror.
Minha solidariedade aos jornalistas e profissionais de saúde agredidos. Que a Justiça seja célere para punir esses criminosos.
No Brasil, infelizmente, lutamos contra o coronavírus e o vírus do extremismo, cujo pior efeito é ignorar a ciência e negar a realidade. O caminho será mais duro, mas a democracia e os brasileiros que querem paz vencerão.
Ele prestou solidariedade aos jornalistas e profissionais da saúde agredidos e disse esperar que a Justiça seja célere para punir esses criminosos.
“No Brasil, infelizmente, lutamos contra o coronavírus e o vírus do extremismo, cujo pior efeito é ignorar a ciência e negar a realidade. O caminho será mais duro, mas a democracia e os brasileiros que querem paz vencerão”, afirmou Rodrigo Maia.
O governador de São Paulo, João Doria, adversário político de Bolsonaro, disse que “milicianos ideológicos agridem covardemente profissionais de saúde num dia. Agridem profissionais de imprensa no outro”.
“São criminosos que atacam a democracia e ferem o Estado de Direito. A Justiça precisa punir esses criminosos”, declarou Dória.
Milicianos ideológicos agridem covardemente profissionais de saúde num dia. Agridem profissionais de imprensa no outro. São criminosos que atacam a democracia e ferem o Estado de Direito. A Justiça precisa punir esses criminosos. #DefendaaDemocracia
Também houve manifestação de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Luiz Roberto Barroso defende o jornalismo profissional para combater o ódio, a mentira e a intolerância.
Dia da liberdade de imprensa. Mais que nunca precisamos de jornalismo profissional de qualidade, com informações devidamente checadas, em busca da verdade possível, ainda que plural. Assim se combate o ódio, a mentira e a intolerância.
Já o ministro Alexandre de Moraes disse que as agressões devem ser repudiadas pela covardia do ato e pelo ferimento à Democracia e ao Estados de Direito.
As agressões contra jornalistas devem ser repudiadas pela covardia do ato e pelo ferimento à Democracia e ao Estado de Direito, não podendo ser toleradas pelas Instituições e pela Sociedade.
Gilmar Mendes afirmou que “agressão à liberdade de expressão é agressão à própria democracia”.
A ministra Cármen Lúcia disse que “quem transgride e ofende essa liberdade de imprensa, ofende a Constituição”.
A Abraji repudia a agressão em nota e destacou o fato de este domingo foi no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Também em nota, a ANJ (Associação Nacional de Jornais) condenou veementemente as agressões sofridas por jornalistas e pelo motorista do jornal O Estado de S.Paulo.
“Além de atentarem de maneira covarde contra a integridade física daqueles que exerciam sua atividade profissional, os agressores atacaram frontalmente a própria liberdade de imprensa. Atentar contra o livre exercício da atividade jornalística é ferir também o direito dos cidadãos de serem livremente informados”, escreveu.
A ANJ disse esperar que as autoridades responsáveis identifiquem os agressores e que eles sejam levados à Justiça para serem punidos na forma da lei.
Durante a manifestação, o presidente Jair Bolsonaro foi avisado que teriam expulsado repórteres da Globo. Ele respondeu: “Pessoal da Globo vem aqui para pegar um cara e falar besteira. Essa TV realmente foi longe demais. TV Globo foi longe demais”. Assista no momento de 1 minuto e 14 segundos do vídeo (2min31seg):
A deputada bolsonarista Carla Zambelli disse que não viu sinais de violência nos vídeos divulgados pela imprensa. Ela afirmou que repudia o tratamento com o jornalista expulso da manifestação. “Eles só estão trabalhando”, declarou.
Estou rodando os vídeos todos e até agora não vi chute, murro ou empurrão. Um fotógrafo foi “expulso” da manifestação, mas acompanhado por manifestantes, como podem ver no vídeo abaixo.
De toda forma repudio que se trate jornalistas dessa forma, eles só estão trabalhando. https://twitter.com/Jouberth19/status/1257041340174667777 …
Jouberth Souza@Jouberth19
Não houve agressão contra os jornalistas do estadão, e sim a expulsão dos mesmo! É só fazer o BO. #TodoPoderEmanaDoPovo
Ela disse, porém, que não é possível generalizar o ato. Em resposta à postagem do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ela disse que é um forma “rasteira” de se fazer política. “Depois você reclama de ser atacado e chama a todos de marginais”, afirmou.
Repudio esse tipo de atitude contra jornalistas e profissionais de saúde, mas generalizar o ato de alguns como sendo de todos os q estavam nas ruas, apoiando o PR @jairbolsonaro, é fazer política de forma rasteira. Depois você reclama de ser atacado e chama a todos de marginais.