O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal e presidente regional do MDB, Rafael Prudente (MDB) concedeu, nesta sexta-feira (17), entrevista à Associação Brasileira dos Portais de Notícias (ABBP).
Prudente se posicionou quanto às costuras políticas em torno da reeleição do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Além do trabalho do parlamento do DF, quanto a amenizar os efeitos da pandemia do Covid-19. E os esforços aprovando pacotes sociais para ajudar as pessoas ao máximo a superar as dificuldades ao longo do ano.
O Tudo OK Notícias, que integra a ABBP, questionou o emedebista sobre a costura de grandes nomes no sentido de incorporar o MDB, a articulação política para administrar o novo MDB do DF e como vai a relação com o ex-vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli.
Prudente enfatizou que ao entrar no MDB respeitou e continua respeitando a história da legenda, assim como em relação a Filippelli com relação positiva e propositiva e todas as decisões tomadas no partido são em conjunto. “Não tomo decisão nenhuma sem consultar meus pares. Então é uma construção em conjunto.”
Com a nova legislação eleitoral, houve um desafio ainda maior para a legenda. Ele lembrou que havia quarenta e poucos deputados e agora terá 25 deputados distritais, nove deputados federais, fora as quotas que devem ser cumpridas.
“É um desafio para todo o dirigente partidário poder fazer uma nominata forte. Creio que essa próxima eleição a dificuldade será a eleição dos partidos que têm história e dos partidos que têm estrutura. Não creio na eleição de partidos nanicos. E com essas nominatas de gente que tem 4 mil, 3 mil votos, vai ficar difícil. Porque quem não atingir 12 mil votos ficará difícil de ganhar a eleição”.
Se a legislação atual valesse na eleição anterior, certamente, 50% da câmara não teria essa composição que tem hoje. “A gente espera que por estar dirigindo um partido grande, que tem história no DF, vamos ter um resultado muito positivo. Esperamos fazer na próxima eleição dois candidatos a federal, não saberemos se teremos candidato ao Senado. O governador vai para a reeleição e nossa expectativa pelo grupo montado é que elegemos quatro deputados distritais”
Pacotes sociais garantidos
No tocante às ações sociais que passaram pelo crivo da CLDF, Prudente assinalou que quando o Governo Federal alterou o Bolsa Família para Cartão Brasil a câmara distrital foi obrigada a promover algumas alterações. E na última sessão da Casa foi feito grande esforço para aprovar todas as matérias, porque se não é aprovado o programa social e não é sancionado e executado esse ano ele não pode ser executado no próximo ano.
“Fizemos um grande arcabouço legal para que o programas sociais pudessem ocorrer, e o déficit social consiste numa série de programas. No caso do Cartão Creche, o orçamento já prevê o dobro de vagas de creche para o ano que vem. Hoje está com cinco mil crianças e no ano que vem queremos chegar a 10 mil”, disse Prudente.
Segundo ele, será ampliada a carga horária das creches e o Cartão Creche vai ser aceito nas creches conveniadas do GDF.
Entre outros benefícios, com a aprovação do Programa Prato Cheio, passou a ser perene, e é o que mata a fome de milhares de pessoas no DF. Também foi institucionalizado o Vale Gás, que inclusive o governo federal copiou.
Além disso, foi criada a Cesta do Trabalhador. Prudente observou que é preciso deixar o cidadão recebendo esses auxílios em no máximo seis meses e depois preciso arrumar trabalho para ele. E ainda houve aprovação do projeto Cartão Escolar, indispensável para o bom andamento da educação.
“Esperamos que esses cinco projetos aprovados possam atender o maior número de pessoas da população e procurar e com prazo determinado”, frisou Prudente.
Reeleição de Ibaneis
Prudente deixou claro que a executiva do partido, da qual faz parte, já definiu que o caminho natural será o MDB reconduzir a reeleição de Ibaneis Rocha, “pelo menos essa é a sinalização que ele tem nos mostrado”. Ou seja, não há outro candidato dentro da legenda para o Buriti.
Corrida à Presidência da República
O presidente da CLDF foi indagado qual seria o posicionamento dele no caso de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro disputarem o segundo turno das Eleições 2022.
“Se for uma disputa entre os dois, eu tenho uma posição pessoal. Agora, sobre o lançamento da candidatura Simone Tebet, ela está num partido grande que não é acostumado a ficar a reboque de outro partido.”
Ele contou que, inclusive, a pesquisa Datafolha mostrou que candidatos cujas candidaturas foram lançadas, recentemente, têm rejeição de mais de 30% até 50%. “E ela tem rejeição de menos de 15%”, disse. Segundo Prudente é uma candidata interessante num partido consolidado no Brasil todo. “Tenho certeza que será uma surpresa na eleição, até porque é uma mulher competente, a família tem história na política e vai ser uma grande surpresa a candidatura da senadora Simone Tebet.”
Outra questão relevante tratou da proximidade entre Ibaneis Rocha e a ministra-chefe da Casa Civil (Segov), a deputada Flávia Arruda (PL), que para alguns órgãos de imprensa, nos bastidores, soa como se houvesse um racha entre partidos. Há esse racha ou a ministra é mulher de grupo e esse grupo pode rachar em torno do governador?
Prudente, foi prudente e disse não poder falar por outras pessoas. No entendimento do jovem político, mas experiente, ao mesmo tempo, houve grupos políticos que foram para um lado e nos 45 minutos do segundo tempo isso foi desfeito sem a menor cerimônia.
Assim, segundo ele, é difícil fazer previsibilidade. É política em qualquer lugar. Quem imaginava que o governador Ibaneis ia virar governador daqui. Nem o maior gênio político tinha essa imaginação. A gente sabia que Bolsonaro ia ser presidente do Brasil.
“Aqui, com o pé no chão, fazendo uma avaliação fria das conversas que já foram feitas, dos acordos que foram feitos é governador Ibaneis ser candidato à reeleição, é Flávia Arruda ser candidata ao Senado.
E para o vice, quem será? Prudente entende que o governador deve escolher um partido que tenha afinidade política com nosso grupo político para ser o vice. E que também é difícil tentar organizar o presente pensando em diversos futuros diferentes. Ele pensa ainda que se vai haver pessoas que irá migrar para esse grupo ou vai sair desse grupo é difícil fazer qualquer tipo de previsão
“Eu espero que os acordos que foram firmados e aquilo que foi transparecido possam ser mantidos”, concluiu Rafael Prudente.
Foto: Rinaldo Morelli/CLDF