O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou, neste sábado (14/8), a Virada da Vacina promovida pelo estado de São Paulo. O evento, que ocorre neste fim de semana, visa imunizar jovens a partir dos 18 anos contra a Covid-19. A ação começou às 7h deste sábado e vai até as 17h de domingo (15/8), sem interrupções.
Queiroga criticou o projeto e disse que o evento ocorre graças às doses de vacinas enviadas pelo governo federal ao estado. Na sexta-feira (13/8), o governador João Doria (PSDB-SP) disse que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra o Ministério da Saúde para pleitear a entrega de doses da Pfizer.
O ministro da Saúde analisou a judicialização como “descabida”. “Entendo que, apesar de ser um direito, é uma ação descabida. De certa maneira é até uma litigância de má fé do executivo do estado de São Paulo. Do ponto de vista prático, eles estão anunciando uma tal Virada da Vacina, que eu não sei o que significa isso, vacinar entre 18 e 20 anos. Como estão vacinando de 18 a 20 anos e não tem vacina? Tem vacina sim”, defendeu.
Ele defendeu que a redução ocorreu porque o estado teria recebido unidades extras da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan. Por isso, a pasta entendeu que seria necessário reduzir o número de unidades da Pfizer entregues a São Paulo, a fim compensar as doses extras coletadas no laboratório paulista.
Para resolver o impasse, Ministério da Saúde anunciou, na última segunda-feira (11/8), que entregaria as vacinas da Pfizer a São Paulo a partir desta semana, em remessas de 50 mil unidades. A pasta federal da Saúde também informou que, a partir das próximas entregas, descontará as doses excedentes de Coronavac que o estado de São Paulo supostamente retirou no Instituto Butantan.
Mesmo com o anúncio, o governador de São Paulo decidiu recorrer à Justiça. “Ao alterar, de forma abrupta e desacompanhada de qualquer documento capaz de demonstrar os critérios utilizados, a forma pela qual a distribuição de vacinas é feita aos entes federativos, a União afrontou o pacto federativo”, afirmam os procuradores do estado na petição inicial.