PT se omite diante de CPI do INSS e é acusado de proteger sindicatos beneficiados por fraudes
A recusa da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) em assinar o requerimento para a instalação da CPI que investigará os descontos associativos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS escancarou um novo confronto político na Câmara dos Deputados. Para a oposição, o silêncio do PT diante do escândalo não é apenas covardia: é cumplicidade.
O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), foi incisivo ao acusar os petistas de blindar entidades sindicais que teriam lucrado com os descontos não autorizados aplicados a aposentados.
“Nenhum deputado do PT assinou a CPI. Sabe por quê? Quem lucrou com o roubo? Sindicatos e associações ligadas à esquerda. Agora dá pra entender por que nós queremos a CPI. E por que eles fogem dela”, declarou Sóstenes, em tom de denúncia.
A acusação é grave. Aponta para um suposto conluio entre entidades sindicais e órgãos da máquina pública que permitiram o sequestro sistemático de parte dos rendimentos dos aposentados brasileiros. O escândalo, apelidado nas redes como “Roubo dos Aposentados”, envolve milhares de relatos de pessoas que tiveram valores descontados sem qualquer filiação autorizada.
Oposição articula e cobra apuração
Na quinta-feira (1º), o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) protocolou o pedido formal de criação da CPI. A solicitação já conta com 185 assinaturas — número suficiente para o avanço do processo legislativo — graças ao apoio das bancadas de oposição, incluindo o PL, e de setores independentes da Câmara.
Chrisóstomo afirma que a investigação é uma questão de justiça e respeito com os beneficiários do INSS.
“A CPI será fundamental para garantir que as denúncias sejam apuradas com rigor, que os culpados sejam responsabilizados e que medidas sejam tomadas para impedir novas fraudes. Proteger os aposentados é proteger a dignidade dos que mais precisam”, pontuou.
Governo silencia, e ministro Lupi vira alvo
A omissão da base governista e o posicionamento do Ministério da Previdência, comandado por Carlos Lupi (PDT), vêm sendo duramente criticados. Lupi, que já vinha sendo questionado por sua condução à frente da pasta, agora está no centro do furacão político e enfrenta pedidos de exoneração sob a acusação de inação deliberada.
As redes sociais vêm sendo tomadas por campanhas como #ForaLupi e #AnistiaJá, refletindo a revolta de aposentados lesados por um sistema que, sob a justificativa de “representatividade sindical”, permitiu a corrosão silenciosa de seus benefícios.
CPI aguarda decisão de Hugo Motta
Com o requerimento protocolado, a palavra final cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), responsável por decidir quais CPIs poderão ser abertas. Atualmente, 11 pedidos aguardam análise, mas apenas cinco podem funcionar simultaneamente.
Bancada do DF omite-se em CPI sobre escândalo contra aposentados
A bancada do Distrito Federal, composta pelos deputados Erika Kokay, Gilvan Maximo, Rafael Prudente, Julio César Ribeiro e Reginaldo Veras, não assinou o requerimento para a instalação da CPI que investiga um dos maiores escândalos de corrupção envolvendo descontos ilegais em aposentadorias e pensões. A omissão dos parlamentares levanta questionamentos sobre a postura em relação à defesa dos direitos dos aposentados.
A pergunta que paira no ar é: haverá coragem institucional para enfrentar o sistema que se beneficiou do sofrimento dos aposentados?
Veja quem assinou a CPMI do INSS.