Operação Ícaro investiga esquema bilionário de propina na Sefaz-SP
Apontado como líder de um esquema bilionário de propina, o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, da Diretoria de Fiscalização da Secretaria da Fazenda de São Paulo, foi preso em casa, em Ribeirão Pires (SP). Segundo o Ministério Público, ele teria recebido mais de R$ 1 bilhão de varejistas para agilizar pedidos milionários de ressarcimento de créditos de ICMS-ST. O aumento abrupto do patrimônio da mãe de Artur, que saltou de R$ 411 mil em 2021 para R$ 2 bilhões em 2024, foi o estopim da apuração.
A investigação aponta que a empresa Smart Tax, registrada no nome dela, funcionava como fachada para o repasse das propinas, tendo como única cliente a Fast Shop. A operação apreendeu R$ 1,8 milhão em espécie, pedras preciosas, moedas digitais, relógios de luxo e uma máquina de contar dinheiro.
Além de Artur, são investigados o auditor aposentado Alberto Toshio Murakami, suspeito de auxiliar no trâmite irregular de processos, e as contadoras Fátima Regina Rizzardi e Maria Hermínia de Jesus Santa Clara, acusadas de preparar pedidos fraudulentos de ressarcimento. Documentos e mensagens obtidos com autorização judicial indicam negociações com grandes empresas, como o Grupo Nós e a Kalunga.
O Ministério Público apura se há outros servidores e empresas envolvidos e deve cobrar da Secretaria da Fazenda mudanças nos procedimentos internos para evitar fraudes semelhantes.