Presidente Lula e ministro Haddad divergem sobre carta adicional da UE e impacto no acordo Mercosul-UE
Na última sexta-feira (23 de junho de 2023), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), expressou preocupação com uma carta adicional enviada pela União Europeia (UE) ao Mercosul, alegando que ela representa uma “ameaça” ao Brasil. Essa declaração contradiz o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou anteriormente que não havia “problema nenhum” em relação aos compromissos ambientais da chamada “side letter”.
Durante suas declarações, o presidente Lula ressaltou o seu desejo de estabelecer um acordo com a União Europeia. No entanto, ele destacou que a carta adicional imposta pela UE impede a concretização do acordo. Segundo ele, essa carta inviabiliza a realização de um acordo entre os blocos.
Por outro lado, o ministro Haddad abordou o assunto durante uma reunião em Paris, na qual estavam presentes o presidente Lula e seu homólogo francês, Emmanuel Macron. Ao mencionar o “acordo”, referiu-se ao pré-acordo firmado em 2019, assinado pela equipe do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Esse documento estabelecia amplo acesso dos europeus às compras governamentais do Mercosul. No entanto, o presidente Lula acredita que essa medida possa prejudicar indústrias nacionais e busca revisar esse ponto, enfrentando resistência por parte da UE.
A carta adicional, conhecida em inglês como “side letter”, foi enviada em março deste ano, acrescentando novos termos ao acordo entre Mercosul e União Europeia, o que tem gerado divergências e discussões entre as partes envolvidas.